VELHO, MEU QUERIDO VELHO

 (MEU PAI BEM JOVEM, TALVEZ NA ÉPOCA DE SEU CASAMENTO)

VELHO, MEU QUERIDO VELHO

 

Mesmo com toda turbulência que se avizinha, devido a queda de braço entre Bolsonaro e o STF, um bom assunto a ser explorado, jamais deixei passar em branco datas comemorativas tão importantes, como dia das mães, dos pais e Natal.

Lembrando com saudades do velho Tonico, aproveitei agora de manhã para dar uma olhada em anotações, para confirmar a data da morte de meu pai, ficando surpreso, pois nascido em fevereiro de 1910, falecendo em março de 1984, Tonico tinha apenas 74 anos.

Constato, que escrevendo agora o texto, com 76 anos bem vividos, tenho mais idade que meu pai, sendo talvez eu, o velho dessa história, sem a mínima pretensão de igualar-se a sua imagem.

Tonico foi uma pessoa impar, de uma bondade suprema, com um coração generoso e puro, que acreditava nas boas intenções do próximo, carregando uma ingenuidade incompatível com a realidade do mundo, mesmo em sua época, bem melhor que a atual,

Já escrevi, cantei em prosa e verso as virtudes de meu pai, um homem querido por todos que o conheciam.

“Tonico, meu pai”, escrito há bastante tempo, é um dos meus textos favoritos, pois retrata com fidelidade a grandeza e bondade desse ser especial que nos deixou prematuramente, pois deveria ao menos ter acompanhado nossa mãe querida, que nos brindou saudável, com mais de um centenário.

Deus deve ter tido suas razões para antecipar a chegada de Tonico ao paraíso, para que lá de cima, de seu lugar especial, pudesse velar por toda sua família, num mundo bem mais atroz que estava por vir.

Pai, como regra geral, sempre é o modelo para o filho, e  eu, que tive a sorte de ter um pai tão especial, procuro chegar perto do homem maravilhoso que foi, mas carregado de falhas e defeitos, adquiridos ao longo de uma vida com muitas batalhas,  tento, tento, me esforço, mas sei que jamais chegarei perto daquele que nasceu bem aventurado.

Espero que meu filhos já maduros, tenham a compreensão, que do meu jeito, muitas vezes inadequado, sempre procurei lhes dar o melhor, tanto de bens materiais, mas principalmente de amor, que as vezes tenho certa dificuldade em externar.

Como um leão desajeitado, hoje já um tanto velho e desgastado, sempre tentei proteger minha ninhada, nada mais que a obrigação natural e divina, de qualquer um que mereça ser chamado de pai.

Antecipando o dia dos pais com este singelo texto, não deixo de lembrar de uma musica que toca meu coração toda vez que a escuto, “Velho, Meu querido, Velho”, cantada por Altemar Dutra.

Não sei que a compôs, mas com toda certeza foi um grande e inspirado poeta.

Em homenagem a todos meus queridos amigos pais, não terminarei o texto com a triste lembrança de um sofrido povo, dizendo que:

Mula é ladrão!

Um ótimo dia dos pais para todos. Desfrutem da companhia dos filhos.

 

José Roberto- 06/08/21