sexta-feira, 15 de julho de 2016

O CIRCULO VICIOSO DO SETOR ELÉTRICO

O CIRCULO VICIOSO DO SETOR ELÉTRICO

A Light está fazendo uma campanha maciça pela mídia, contra os furtos e desvios de energia elétrica.
Tem publicado em jornais, revistas, inserções na TV, alertas a população, que “Furto de Energia é Crime, dá cadeia e aumenta em 17% a conta de quem não furta”.
Furtar energia como qualquer outro bem ou serviço, obviamente é um crime, sendo também verdade, que a energia desviada, chamada de “perdas comerciais” é incluída no calculo das tarifas e rateada entre todos os consumidores.
Todavia uma correção se faz necessária, pois é um sonoro chute a afirmativa de que todas as contas aumentam em 17%, pois o valor das perdas comerciais é calculado anualmente e acrescido nas propostas de reajustes submetidas a ANEEL.
Ocorre que o percentual de perdas comerciais(fraudes), não é diretamente proporcional aos aumentos tarifários, ou seja, 17% de perdas apuradas, talvez correspondam a um aumento de que não chegue a 5%(cinco por cento).
Fraudes ou perdas comerciais elevadas, indicam que a concessionária não está fiscalizando corretamente seus consumidores e 17%  é um índice bem elevado.
Nós, moradores do Rio de Janeiro, não temos dúvidas sobre onde ocorrem parcela significativa dessas perdas.
Basta entrar em qualquer favela da cidade para constatar o emaranhado de cabos, fios e ligações clandestinas que se espalham livremente, colocando em risco a rede de energia elétrica.
Qual o eletricista que ousa cortar essas ligações irregulares?
Só se estiver acompanhado pelas tropas de choque, mesmo assim tem medo, pois estará sujeito a represálias.
Recordo, que durante o grande racionamento de 2001, podia observar da nossa varanda toda a zona sul apagada, temendo multas e suspensão do fornecimento, enquanto ao longe, nos morros das favelas da Rocinha e Vidigal, as luzes brilhavam incessantemente.
Se a Light tem mesmo a intenção de reduzir as fraudes, que arranje uma formula para regularizar o fornecimento de energia nas favelas.
Quanto aos demais fraudadores eventuais,  não residenciais, situam-se em atividades bem conhecidas(motéis, postos de gasolina, restaurantes e pequenas empresas e industrias), que já devem sofrer inspeções regulares.
O interessante, é que em meio a toda essa campanha maciça da Litgh,  atualmente é uma empresa privada, leio uma nota informando que José Luiz Alqueres assumiu a presidência do Conselho da Eletrobrás, justamente a pessoa que possibilitou o crescimento desordenada das favelas, quando no posto de diretor adjunto de distribuição da Light, determinou o fim do fornecimento em grosso(A.T), levando a rede secundária para o interior das favelas.
O mundo gira, a lusitana roda e o setor elétrico continua indo de mal a pior.

José Roberto- 15/07/16





2 comentários:

  1. Quem tem algum conhecimento do setor elétrico e sobre o cálculo do reajuste tarifário, sabe que a Light está dizendo uma grande besteira com essa propagando mal feita.
    Que tome coragem e vá cortar as ligações clandestinas nas favelas.
    É isso aí Zé!!!

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  2. Esta propaganda ou nada é a mesma coisa. Quem realmente sairá lucrando é a empresa de publicidade e não a Light.

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