terça-feira, 5 de julho de 2016

HONORÁVEIS BANDIDOS

HONORÁVEIS BANDIDOS

Se existe alguém com um rico histórico de contribuições a consolidação dos valores democráticos é o senador José Sarney. No registro de sua vida não há atos que o desabonem, e desafio que provem o contrário. Inverdades são publicadas e os esclarecimentos ignorados, como se a liberdade de imprensa valesse apenas para quem ataca e condena sem provas
O despautério acima foi escrito por Fernando César Mesquita, um baixinho pegajoso(desculpem meus amigos não altos) que foi porta voz do desastroso governo Sarney, lambe-cu da mais requintada espécie e que hoje ocupa o cargo de Secretário de Comunicação Social do Senado, logicamente, indicado e pendurado no saco do donatário do Maranhão e Amapá.
O chupa-sangue publicou um extenso artigo no Globo de sexta-feira passada, exaltando as qualidades de seu mantenedor, esquecendo que os alfabetizados conhecem as peripécias e tramóias do velho marimbondo de fogo, que quase conseguiu quebrar o país em sua desastrada gestão, tarefa na qual teve pleno êxito, em seu estado, o pobre e sofrido Maranhão.
Só nesse primeiro parágrafo há pelo menos duas grandes contradições, quando o puxa-saco afirma que não existem provas que desabonem o velho bigode tingido e  também quando menciona a liberdade de imprensa, justamente um dos quesitos mais detestáveis da democracia segundo o clã Sarney, conforme pode sentir na carne o Estadão, impedido de publicar noticias sobre a operação Boi Barrica, que investiga os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro,  cometidos pelo primeiro filho do rei do Maranhão.
Terminei de ler recentemente o livro, cujo titulo tomei emprestado ao texto de hoje, escrito por Palmério Dória(Honoráveis Bandidos), segundo o autor, um retrato do Brasil na era Sarney.
Um livro muito interessante, que conta em detalhe as peripécias do velho oligarca que sobreviveu a todos os regimes, dando sempre a volta por cima, e que junto com a família, privatizou o Maranhão em proveito próprio, tornando-se um dos homens mais ricos do país, levando em contra-partida seu estado, a petição de miséria.
Relatos interessantes e pitorescos enriquecem a leitura, como a conversa de dois compadres no centro de São Luiz. Um pergunta ao outro: “Qual a pior coisa do Maranhão? Resposta imediata: A família Sarney. Em seguida: Qual a melhor coisa do Maranhão? Resposta: Ser da família Sarney”.
Outra passagem interessante e hilária, é sobre o mausoléu que Sarney já deixou pronto num prédio histórico de São Luiz, o Convento das Mercês, desapropriado por decreto estadual, onde funciona a Fundação José Sarney, mantida com dinheiro público.
O escritor Carlos Castelo, que publicou “O Livro dos Epitáfios”, atendendo ao pedido do autor de”Honoráveis Bandidos”, já deixou pronto o epitáfio para o velho coronel: “Aqui jaz o dono do mar, do bar, da venda, da televisão, do jornal, do mausoléu, da rua, da avenida, do Estado...”
Aproveitando a deixa, o cartunista Paulo Caruso emendou: “Aqui jaz Sarney, o presidente que queria ser Dercy Gonçalves”.
Duvido que esse livro esteja disponível nas livrarias do Maranhão, pois é notório o costume da família de seqüestrar todas as revistas, livros e  folhetins que desabonem a honrada família, que inclusive nada publica sobre o assunto em seus jornais, censurando até as noticias nas TVs locais.
Recomendo a todos a leitura do livro, que alem do velho safado bigodudo, aborda outras personagens famosas que ainda atuam na política nacional, alguns ocupando até postos de destaque no atual governo.
Estou ansioso para ler o livro do Jornalista José Nêumanne, “O Que Sei de Lula”, que não encontrei na livraria do aeroporto de Brasília, quando de minha escala, viajando para Cuiabá.
Vou tentar pelo reembolso.

José Roberto- 04/11/11

NOTA: TEXTO RECUPERADO DO BLOG TERRA OPINIAODOZE. ESSE FOI UM DOS TEXTOS QUE PRECEDERAM O CANCELAMENTO MISTERIOSO DE MEU EMAIL E O MEU BLOG NO SITE TERRA.COM.BR.


José Roberto- 05/07/16

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