terça-feira, 17 de julho de 2012

LUIZ, O BICÃO


LUIZ, O BICÃO



Escrevi ontem sobre a saudosa turma do tênis, que pelas diversas razões explicitadas ou não,  se dispersou, mas que deixa muita saudade.

Lendo os comentários agora pela manhã, o último, foi justamente do meu atual e fiel parceiro quinzenal, Luiz, o Bicão.

Luiz é uma figura impar, sempre o último a chegar.

Quando me liga dizendo que já está saindo de casa, que fica ao lado, quando muito, está saindo do escritório, demorando quase uma hora para adentrar a quadra, onde de raiva, o massacro sem piedade.

Pontualidade não é o seu forte. Nós os amigos, temos que dar os descontos e tolerar essa sua característica irritante, que enche  nosso saco.

O apelido Bicão, vêm da época em que a turma era maior. Começávamos  cedo, pois sempre preferimos jogar simples, e Luiz, que sempre acordava mais tarde, morando no prédio ao lado, esticava o pescoço pela janela para  certificar se já estávamos pelejando.

Essa mania de esticar o pescoço espiando sorrateiramente, também lhe carreou o apelido de “Cuco”.

Apesar de ser um convidado, Luiz não tem cerimônia em convidar terceiros para jogar em nossa quadra, tendo a cara de pau de praticar esse expediente sem a presença de um morador, o que contraria as normas internas do nosso condomínio(não dele), do qual sou síndico.

Até que pelo peso e tamanho Luiz, o obeso, é relativamente ágil, tendo uma boa direita, a ponto de alcunhar a si próprio de “direitinha da Lagoa”.

A direita até que é forte, pecando pela irregularidade. Se acertar uns trinta por cento é muito. Em dias excepcionais, talvez acerte a metade das tentativas. Justamente o contrário do autor deste texto, que prima pela regularidade, com golpes perfeitos, uma esquerda meia-bomba, mas eficiente, e um estilo elegante de um auto-didata(nunca teve uma aula), a ponto da torcida e até os rivais, reverenciá-lo como o “Barishinikov das quadras”.

Luiz é o típico carioca entrão, que conhece todo mundo, mas as vezes “derrapa na maionese”.

Alegando ser sócio benemérito do Marimbás, clube tradicional que fica no final da praia de Copacabana, certa vez, nos convidou para uma peixada, numa sexta, as 13,00 horas.

Cheguei por volta das 13,30h, conhecedor da impontualidade do “sócio” que havia promovido o encontro.

Quando cheguei, Oto já estava barrado no portão do clube, argumentando ser convido do Luiz. Me aproximei, dando mais detalhes sobre nosso anfitrião, que apesar de vagamente conhecido, não era sócio porra nenhuma, aparecendo eventualmente, convidado por terceiros.

Fomos salvos com a chegada do Helinho, que por sinal conhecia ou era meio aparentado com o presidente do clube, permitindo finalmente nosso acesso, e nos livrando da vergonha de ser “barrados no baile”.

Luiz, como de costume, apareceu bastante atrasado, apresentando desculpas esfarrapadas, porem sem perder a ginga, numa boa, na maior cara de pau.

O almoço foi ótimo, pois a tradicional peixada do Marimbás é realmente famosa e apetitosa.

Depois de nossas gozações durante muito tempo, parece que o Gordo tomou vergonha e finalmente comprou um título do clube.

No prédio é a mesma coisa.

Age como morador, desfrutando da quadra a seu bel prazer.

Tenho que agüentar, pois é um dos únicos parceiros que me resta. Miguel, por problemas de ordem doméstica não é confiável e Paulinho é também muito explicadinho, falhando as vezes na hora de precisão.

Luiz alem de jogar em nossa quadra, raramente se faz acompanhar por uma garrafa de cerveja, ao contrário do que externou em seu comentário no Blog anterior.

Para encher aquele barrigão imenso, meia dúzia é pouco.

Concluindo, menciono resumidamente, a história da lagosta, que se tornou lendária entre a turma.

Há algum tempo atrás, num sábado, após encerrarmos nosso jogo, Luiz insistiu para que o acompanhasse a Niterói, onde pegaria umas lagostas com um dentista amigo, e sócio em um pangaré, que disputava os últimos lugares nos páreos do Jockey.

Meio a contragosto pelo avançado da hora, solicitei por telefone o alvará com dona Regina, pois atrasaria para o almoço e nos bandeamos para o outro lado da ponte.

Fomos bem recebido pelo amigo do Luiz, que lhe presenteou com duas imensas lagosta, de tamanho inacreditável, alem de uns cinco quilos de camarão pistola, de mais de um palmo.

Tomamos umas cervejas e retornamos.

No caminho, ficou combinado que Luiz faria um jantar em sua casa, com as enormes lagostas, e que Regina era convidada especial.

No tarde do dia convencionado, já estávamos nos aprontando, quando Luiz ligou, informando que o jantar estava cancelado, pois Jorge, seu cunhado e mestre cuca, não poderia comparecer, ficando o evento acertado para a semana seguinte.

Na data remarcada, já estávamos nos preparando, quando recebemos outro telefonema do meu amigo da onça, cancelando novamente o jantar de lagostas.

Depois dessas mancadas, deixamos morrer o assunto, até que um dia após os jogos, lhe perguntei sobre as lagostas.

O danado do cara de pau informou sorridente, que já tinha degustado as gigantes, mas que o convite estava de pé, para uma próxima ocasião.

Esse é um retrato em rápidas pinceladas do nosso amigo Luiz, o Bicão.

Minha alternativa é aplicar-lhe o merecido castigo, surrando-o impiedosamente na quadra.

Esse é o Luiz, ame-o ou deixe-o.



José Roberto- 17/07/12

8 comentários:

  1. Esse seu amigo é mesmo de encomenda.
    Pelo jeito, o gordo deve ser um péssimo jogador para você contar vantagem sobre suas vitórias.
    Acho que o Luiz só tem mesmo conversa para jogar fora.

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  2. Rsss figuraça!!! O carioca típico, malandro sete um, mas absolutamente irresistível!!! Bjss

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  3. Luiz deve ser o cara que te convida para aparecer e não dá o endereço.
    Carioca malandro, garoto experto.
    Bem feito pelas derrotas humilhantes que você lhe impõe.
    Não lhe de chances, pois se bobear ele garfa os pontos.

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  4. O pessoal de sua turma do tenis é de lascar.
    Acho melhor você começar a jogar em um clube e ficar longe dessas más influências.

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  5. Essa história da lagosta é de deixar o cara puto.
    Esse Luiz é mesmo um embrulhão.
    Você devia proibir a entrada dele no seu prédio,mesmo ficando sem parceiro.

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  6. Que tamanho era mesmo a lagosta? Isto está mais parecendo conversa de pescador, entretanto, vamos dar o crédito. Toda turma boa que se presta tem que ter um "Luís Bicão". Marca com todo mundo e na hora H não aparece nem com a bola, ainda mais sendo carioca experto!

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  7. Dize-me com quem andas e dirti-ei quem es.
    Turminha porreta, com bicão e outros mais.
    Essa da lagosta foi de danar.
    Eeeguuuaaaaa!

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  8. Pela descrição, esse Luiz Bicão, alem da barriga inchada deve ter um pescoço de girafa, pois como um cuco, olhando pela janela, deve ter distendido seu pescoção.
    Até que rima, Luizão barrigão pescoção.

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