segunda-feira, 16 de julho de 2012

E A TURMA DO TÊNIS?


E A TURMA DO TÊNIS?



Ainda ontem bem cedo, passeando com Vick pelo Parque da Lagoa, estava me lembrando da nossa turma do tênis.

Em pouco tempo, desapareceram.

Alguns remanescentes se comunicam quando muito por email, ou um telefonema eventual.

Da turma original permanecem apenas Paulinho Explicadinho, Luiz Bicão e eu.

Situação absurda, pois tendo uma quadra em nosso condomínio, faltam parceiros para se jogar algumas partidas.

Luiz Bicão, que não mora no prédio, é o único com quem posso contar de 15 em 15 dias, pois semana sim, semana não, o obeso tem que bater o ponto em seu sitio de Teresópolis, onde mantem meia dúzia de pangarés.

Paulinho explicadinho, dando aulas a semana toda, ainda tem paciência de eventualmente, bater umas bolas comigo, para depois falarmos mal da vida alheia, degustando umas cervejas encorpadas.

Renato, o velho, flechado pelo cupido mudou-se de mala e cuia para Salvador.

Dizem que até abandonou o tênis, dedicando-se a esportes mais radicais, como buraco e dominó. Reumatismo é foda!

Noticias do velho, só eventuais, através de conhecidos comuns, quando de suas rápidas passagens pelo Rio.

Oto, o pequeno gigante, leão do norte, cabra macho de Exu, desde que parou de tingir o cabelo parece que perdeu o ânimo e as forças.

Apesar de ser um pouco mais novo, notávamos, que no início desse processo mutacional, quando ainda freqüentava nossa quadra, já demonstrava sinais de fadiga e tensão, fruto evidente da abstinência de tintura acaju.

Desapareceu de vez, encafurnado em seu novo apartamento na Barra. Dele, nem emails, nem telefonemas. Noticias zero.

Miguel, o melhor oftalmologista do Rio, uma das novas aquisições, é uma incógnita.

Até que tem boa vontade, mas o problema é conseguir o alvará com a esposa para descer e participar do meeting.

Está sempre enrolado em levar os filhos para um aniversário, uma festinha, ou outros afazeres domésticos.

O pobre portuguesinho dá um duro a semana toda e não tem folga nem aos sábados e domingos.

Com nossa pressão, consegue as vezes libertar-se dos grilhões e descer sorrateiramente para umas partidas e umas cervejas.

Miguel sofre marcação cerrada e nem sempre leva a melhor, para não dizer, que quase sempre leva a pior,

O restante da turma se foi, alguns prematuramente como Aldir e Tião, deixando muita saudade.

Aldir era o pulmão da turma, o mais disposto. Sua ausência nos colocou em outro ritmo, quase em marcha-lenta.

Os outros foram nos deixando aos poucos, por troca de empregos, motivos de força maior, ou simples mudanças. De repente, sumiram do mapa.

Pensando nesse passado recente, trocava idéias com Vick, que abanando o rabinho torcido, procurava nova moita ou arbusto para marcar território.

Sem opções, não me restava alternativa senão caminhar novamente e sozinho.

Detesto andar, mas em minha idade, exercícios são obrigatórios. Enfrentaria novamente 7,5 km do entorno da Lagoa, contra a vontade, mas forçado pelas circunstâncias.

Enquanto isso, a quadra vazia, aguardava os contendores.



José Roberto- 16/07/12




9 comentários:


  1. A sua turma de velhinhos está se dispersando por causa da idade e dos problemas inerentes a caduquice.
    Alguns nem devem mais se lembrar do que é o tênis, prefirindo curtir um solzinho nas casas geriatricas,
    A velhice é uma droga.

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  2. Pelo que você escreveu, deve estar chegando a hora de pendurar as chuteiras, e frequentar com mais assiduidade a Igreja e as missas dominicais.
    O tempo é implacável, o reumatismo e a artrite que o digam.

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  3. É uma pena que os amigos se dispersem, pelos mais diversos motivos.
    Por amor, por canseira, pela idade ou até pela senilidade.
    Temos que aproveitar os bons momentos para depois rememorá-los com muita saudade.

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  4. Já joguei com vocês e lembro muito bem da turma.
    Deixou saudades, tenho certeza, pois gostei do companheirismo e das cervejas.

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  5. Assim é a vida! Com a aposentadoria vem o distanciamento dos amigos do trabalho. Cada um pega um novo rumo. Aí você muda para um condomínio, vertical ou não, principalmente quando é novo, todos participam, depois começa o afastamento. Hoje moramos em "clubes vazios". Mario Quintana já dizia: "Com o tempo, não vamos ficando sozinhos apenas pelos que se foram: vamos ficando sozinhos uns dos outros".

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  6. Não fique triste não . Ainda temos muita lenha pra queimar. Vamos retornar as quadras, é só combinar. Paulinho

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  7. Que trsite...
    Tennis é um esporte de elite, é difícil encontrar parceiros, mais fácil entrar de sócio naquele clube dos ingleses, esqueci o nome... ou partir para um esporte mais popular, um futebolzinho, altinha, futvoley...

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  8. Em tempo- Por correria e falha de memória(natural na minha idade) esqueci de mencionar o Helinho, que para variar tambem anda sumido.
    O cara vive bichado, com dor nas costas, no joelho, no braço etc. e tal.
    Só tem jogado duplas, no seu prédio, onde também há uma quadra, bem de leve, sem forçar, coisa típica da terceira idade.
    Hélinho tem que voltar a tomar Biotônico Fontoura, Calcigenol Irradiado e aquele fortificante cujo nome não lembro, em cujo rótulo, um homem carregava um bacalhau.
    Com esse suplemento alimentar "moderno", ele logo estará nos trinques.

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  9. Querido Zé

    Eu preferiria que vc tivesse se referido a mim como sou conhecido na quadra, que é DIREITINHA DA LAGOA, e não Luiz Bicao que nao faz juz a minha categoria.
    Mas, falando sério, tb sinto saudades daquele tempo de quadra cheia e nós disputando quem seria o próximo a jogar.
    As razoes para o esvaziamento da quadra foram meramente circunstanciais, relativa ao destino de cada um dos antigos frequentadores, deixando alguma tristeza mas ótimas recordaçoes.
    Zé, nem que seja de 15 em 15 dias, vamos continuar jogando, e depois, na hora da cervejinha que somente eu e Miguel levamos, batermos nosso papinho que tb faz parte da tradiçao.
    DIREITINHA DA LAGOA

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