segunda-feira, 25 de março de 2024

PANAIA, MEU QUERIDO AMIGO E COMPANHEIRO.

 

PANAIA, MEU QUERIDO AMIGO E COMPANHEIRO

 

 

Meu querido e velho amigo Panaia morreu ontem, Notícia repassada pelo mano Tai(Carlos), sábado 23/03 pela manhã. Descansou, pois há um bom tempo estava muito adoentado, sem reconhecer as pessoas, com apena alguns lampejos de lucidez.

Foi se juntar aos amigos de nossa turma, acompanhando lá de cima meus feitos e tropeços, guardando pacientemente um lugar a seu lado, pois ainda terá um bom tempo para esperar.

 

 

MEU AMIGO PANAIA- PARTE I

 

 

“Recentemente, meu irmão Toninho me enviou uma mensagem de voz, dizendo que Panaia havia morrido.

Ao ler a notícia fiquei sem chão, sentindo uma dura pontada no coração, pois Panaia foi meu grande e inseparável amigo, no final de minha infância e na juventude.

Sabia que estava debilitado, senil, em estado avançado de Alzheimer, tendo rasíssimos momentos de lucidez, e nesses raros momentos, muitas vezes citava meu nome.

Chequei a triste notícia com outro irmão, mais novo, Carlos Augusto (Tai) contemporâneo e amigo do Panaia, pois foram colegas durante todo o ginasial e científico.

Para minha grande surpresa, Tai informou que Panaia ainda vive, embora dependente de ajuda e alheio as coisas.

Esse episódio me lembrou, que eu tinha iniciado uma espécie de livro de memórias sobre nossos aprontos e aventuras, mas por preguiça, escrevi apenas uma introdução, não se preocupando com a linha do tempo, relatando os acontecimentos a medida que me vinham a memória.

Tenho realmente tanto a contar, recordações maravilhosas, vividas num período em que o mundo era melhor, mais humano, e o que valia era brincar com os amigos nas ruas seguras, aproveitando a vida nos tempos da inocência e início da puberdade. Asseguro que aproveitei e vivi amplamente, sem preocupações e remorsos.

A seguir, transcrevo a primeira parte de minhas memorias ao lado de Panaia, acrescentando mais a frente outro amigo, Betinho Bochetti, incluindo também algumas passagens com meu irmão Tai, 2 anos mais novo, que as vezes participava de nossas aventuras.

O capítulo II, semipronto, será publicado quando meu coração julgar ser o momento oportuno”.

 

MEU AMIGO PANAIA-PARTE II

“Faz pouco mais de um mês que escrevi a primeira parte das memórias de minha infância e juventude, ao lado do querido e inesquecível amigo Panaia.

Aproveitando a fase saudosista que atravesso, continuarei contando nossas histórias sem obedecer a linha do tempo, tentando ser o mais honesto possível, pois é muito difícil expor altos e baixos de nossa infância dessa época saudosa e marcante de nossas vidas;  relatando nossas aventuras a medida que forem brotando em meu coração, sempre com uma ponta de alegria e outra de tristeza, pois Panaia, adoentado, não tem condições de ler os textos, todavia em lampejos de lucidez, deve recordar momentos prazerosos que passamos juntos, pois várias vezes cita meu nome.”

 

 

As duas introduções que constam acima, capeiam os textos que escrevi em 18/09/23 e 19/10/23, iniciando o que deveria ser, o resumo do livro onde narro nossas peripécias nos maravilhosos tempos da infância e juventude.

Tenho tantas histórias a contar, e ainda pretendo contá-las aos poucos, como já disse, sem ordem cronológica, a medida que forem surgindo na superlotada memória, se bem que os velhos, normalmente lembram com mais clareza dos acontecimentos antigos que dos atuais.

Panaia era considerado um membro de nossa família, um irmão, assíduo em nossa casa, tendo um carinho especial por minha mãe, responsável por conversar com seus país e fazê-lo voltar a estudar, tornando-se um ótimo engenheiro agrônomo.

Foi convidado, por um trabalho realizado em conjunto com um professor do USA, a emigrar para os “esteites”, com emprego e um bom salário, recusando devido a sua caipirice aguda e amor a Piracicaba.

Logo depois de formado, passou num concurso federal para fiscal de exportação e importação de produtos agropecuários, frutas e flores, trabalhando inicialmente em Viracopos(Campinas) e posteriormente no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Subiu na hierarquia aduaneira onde cumpria um turno interessante. Ficava uma semana de plantão, 24 horas, dormindo no aeroporto e folgando as três semanas restantes, o que possibilitava manter outros afazeres em Piracicaba.

Montou uma Quitanda, um Bar que não durou muito, pois era um dos melhores clientes em seus períodos de folga. Louco por uma cerva.

O que realmente vingou, foi uma empresa de paisagismo e floricultura, gerenciada por se irmão mais novo, coincidentemente chamado Carlos.

Casou, descasou, teve dois filhos e nesse interim foi um boêmio, frequentador assíduo de bailes da terceira idade, onde se dava muito bem com as coroas, o que para mim era uma surpresa, pois quando adolescente, Panaia sempre foi inibido no trato com as mulheres.

Mais surpreso ainda, quando fiquei sabendo que escrevia poemas semanais, publicados no “Diário de Piracicaba”, vocação tardia, talvez desenvolvida em suas cervejadas e relacionamentos com a mulherada madura e experiente.

Pela sua índole, Panaia merecia ter passado ao plano superior de uma forma mais solene, gaiata , ou alegre, mas acreditamos que Deus as vezes nos surpreende, escrevendo certo por linhas tortas.

Descansou, partiu deixando muita saudade, levando consigo um pedacinho do nosso coração.

Espero que no céu, tenha um comportamento exemplar, deixando de lado as peripécias que ainda um dia irei relatar, das quais fui cumplice ou mentor.

Não vou terminar com o usual “descanse em paz” porque sei que continuará muito ativo ao lado de São Pedro e dos amigos que o precederam.

Um abraço muito apertado e saudoso.

Ainda vou demorar à chegar.

 

José Roberto- 25/03/24

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


2 comentários:

  1. Prezado amigo Gimael, receba meu abraço e meus sentimentos de tristeza. Com certeza seu querido amigo e companheiro de travessuras fechou com muitos méritos o ciclo completo da vida. A saudade já é grande e será maior ainda, mas ficará as boas lembranças. Esta separação será por algum tempo e somente da matéria. Um dia vocês se reencontrarão num outro plano espiritual. Que o PANAIA descanse em Paz!

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  2. Engenheiro agrônomo eficiente e equilibrado, o José Roberto Panaia, ao lado do qual tive o prazer e privilégio de trabalhar em equipe na defesa vegetal, tanto no Porto de Santos, assim como no aeroporto de Guarulhos. Ótimo profissional e amigo!

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