terça-feira, 13 de outubro de 2020

QUARENTENA- DIA 210- LIVROS, LIVRARIAS E CRONISTAS



 

 

 QUARENTENA- DIA 210- LIVROS, LIVRARIAS E CRONISTAS

 

Já deixei claro, que assino O Globo por ser útil a minha filha Maria Silvia, que se relaciona com o pessoal do Caderno B, conseguindo divulgar eventos de cantores e artistas em início de carreira, conseguindo faturar uns minguados caraminguás.

Justamente no Caderno B escreve semanalmente, Leo Aversa, o único cronista que vale a pena ser lido, pois sua escrita e leve e prazerosa, focando assuntos do dia a dia de forma natural e espirituosa, sem o ranço dos demais articulistas do jornal.

Semana passada abordou o caso das livrarias tradicionais e centenárias, que no Rio de Janeiro vem fechando suas portas. Acredito que fenômeno semelhante venha ocorrendo em todo o país, por razões diversas, agravadas com os tempos de pandemia.

O brasileiro comum, no geral, não é muito chegado a leitura, principalmente pela deficiência de nosso sistema educacional, falta de hábito, falta do exemplo e do estímulo familiar e também devido ao elevado custo, motivado pela falta de incentivos governamentais as editoras, ameaçadas inclusive de novos impostos.

A informática, com o surgimento dos eBooks, foi aos poucos ocupando espaço dos livros impressos, caindo no gosto dos leitores jovens e dos maduros mais escolados, que não abrem mão de andar com seus laptops para mostrar que estão surfando na modernidade.

Eu sou da velha guarda, não abro mão da leitura em livro impresso. Gosto de sentir o tato, de tocar nas folhas e até sentir o cheiro característico dos livros novos e também dos velhos, tendendo ao mofo ou a naftalina.

Como sou leitor contumaz e voraz, tendo em vista o preço salgado dos livros novos, frequento as livrarias para acompanhar lançamentos e descobrir autores novos, principalmente os escandinavos que tem me agradado muito, mas limito minhas compras, buscando alternativas nos Sebos, alguns muito bem instalado, como o Sebo/Livraria Lima Barreto no Leblon, que alem de livros novos, vende usados em perfeito estado de conservação, por menos de um terço do preço. Vale a pena garimpar. A cada visita volto com pelo menos meia dúzia, ao custo de um exemplar novo.

Todavia, recomendo aos que tem grana e que gostem de leitura, que comprem apenas livros novos, impressos, pois as livrarias que tentaram diversificar, abrindo cafés e locais confortáveis para exame mais acurados dos exemplares e que já encontravam dificuldades pelo reduzido numero de leitores, com a crise atual, agonizam e estão fechando, limitando locais de entretenimento cultural, imprescindíveis em países que almejam o progresso e a melhoria do bem estar social.

Recorrer aos Sebos é uma alternativa válida, mas para estimular o hábito da leitura, o governo e as prefeituras deveriam bancar a criação de bibliotecas públicas, aceitando doações que seriam retiradas “in loco”.

Ao invés de vender centenas de livros, por falta de local para acondicioná-los em meu apartamento(fotos da segundo lote), pelo preço simbólico de 1 real, teria imenso prazer em doá-los, desde que alguém se habilitasse a apanhá-los em casa.

Parabéns a boas crônicas de Leo Aversa e um alerta aos velhos conservadores, para que não permitam que as livrarias tornem-se peças de museu da nossa história, pois para muitos(eu incluído), é um local quase sagrado, onde arquivamos nossa história e  buscamos os sonhos ainda não sonhados.

 

José Roberto- 13/10/20

 

 

 

 

 

 

 

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