terça-feira, 23 de junho de 2020

QUARENTENA- DIA 98- INVERNO EM QUARENTENA


QUARENTENA- DIA 98-  INVERNO EM QUARENTENA

“Quando o inverno chegar, eu quero estar junto a ti”
Mais um inverno que chegou em nossas vidas, tímido, ainda com o agradável calorzinho de outono, num ano surreal, que deixará marcas indeléveis em cada um de nós, impossível de serem extirpadas.
A quarentena forçada que nos impingiu a reclusão familiar, estendendo-se há quase 100 dias, sem prazo para terminar, alterou nossos hábitos, nossas rotinas, com resultados e consequências imprevisíveis.
A restrição ao direito de ir e vir, limitando escapadas a não ser em casos especiais, está sendo uma experiência única, salutar para muitos e insalubre para muitos também.
A reclusão, a ausência de serviços e confortos que eram parte integrante de nossos cotidianos, obrigou-nos a novas posturas, a participar ativamente dos cuidados da casa, a liberar nossa criatividade na cozinha, na limpeza, na educação dos filhos, a participar e tentar resolver problemas que somente nos eram apresentados em nosso retorno ao lar.
Embora não seja psicólogo ou assemelhado, pela idade, pelo caminho percorrido, sou uma somatória de experiências, de erros e acertos e como muitos “especialistas metidos a sebo” que surgem nas crises, também arrisco meus palpites sem medo de “dar com os burros n’água”, fato que normalmente acontece.
Escudar na idade, na experiência, é um golpe manjado, que na realidade pouco ou quase nada significa, pois embora rodados, nós continuamos errando, muitas vezes escolhendo o caminho mais pedregoso.
Repito as sábias palavras de Pedro Nava, que equaciona corretamente o assunto: “A experiência é um farol voltado para trás”.
Não perco tempo ouvindo esse metidos, filósofos de ocasião, interpretando o “como será o amanhã” pós pandemia, geralmente afirmando que o mundo será melhor, mais solidário e coisas do gênero.
Tenho certeza que sairemos dessa com algumas marcas, mas não acredito em mudanças radicais.
Salvo algumas exceções, continuaremos ser o que sempre fomos, cada um do seu jeitinho, com velhas e novas manias, talvez até mais resilientes, devido a cultura do medo que nos foi imposta pela mídia nessa indigesta quarentena; assistindo de braços cruzados os políticos se engalfinhando na tentativa de destruir o país.

José Roberto- 23/06/20



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