quarta-feira, 17 de junho de 2020

QUARENTENA- DIA 92- QUE FALTA ME FAZ UM XODÓ

                                                                   VICK
                                                                 


QUARENTENA- DIA 92- QUE FALTA ME FAZ UM XODÓ

Vick, meu fiel escudeiro e xodó da família, nos deixou há mais de um ano, contudo ainda sentimos sua presença em nossa casa.
Lendo de madrugada no “trono”, vendo TV, almoçando, chego a imaginá-lo junto a meus pés, deitado, ou com os olhos de pidão aguardando um pedaço que nunca lhe neguei, mesmo sob protesto geral, pois cães de raça, em tese, deveriam comer apenas ração.
Comia um pouquinho de tudo e as vezes passava mal. Não resistia a seus olhares, sendo crucificado por minha família, que metia o pau na minha teimosia e burrice.
Desde que ele se foi, deixei de dar caminhadas até a Praçinha da Macumba, de acompanhar o maravilhoso ciclo da natureza; admirar a Pitangueira que dá frutos o ano todo, o imponente Tamarineiro, que milagrosamente produz tamarindos bem docinhos; a imensa Jaqueira da Praça, as dezenas de Coqueiros que esparramam seus coquinhos “catarro” amarelado, pelas calçadas, e também no começo da primavera, alem das flores dos inúmeros jardins, os primeiros cantos das cigarras, anunciando a chegada da nova estação.
Perdi uma parte saudável de minha rotina e sinto falta.
O assunto veio a baila, porque meu filho que também adorava o Vick, nos enviou um mensagem contendo a foto de um cãozinho que iria ser entregue a Suipa(abrigo para cães abandonados), pois o dono iria mudar, sem condições de levar o cachorrinho. Estava portando sendo oferecido em doação a possíveis interessados, e meu filho, conhecedor de nossa carência, fez seu lance.
Regina, que vem se contendo a duras penas, sofrendo por não arranjar outro “valente” vigia e companheiro, contra atacou, dizendo que aceitaríamos o cãozinho, desde que Junior abrisse mão das viagens no Carnaval, Semana Santa e Feriados prolongados, pois jamais deixamos nosso cão sozinho ou em abrigos temporários. Sempre com um membro da família.
Com Vick, Júnior desempenhava esse papel, se bem que algumas vezes tivemos que improvisar, causando-nos aborrecimentos.
Nosso filho “acusou o golpe” e até o momento está se fazendo de desentendido, na moita.
Coincidentemente, agora pela manhã, nossa filha Fernanda(mãe do casal de gênios), enviou um zap, em função de alguns vídeos que lhe encaminho, dizendo que sentia que eu estava querendo um “dog”.
Acertou na mosca, embora já saiba disso há muito tempo.
Esse desejo latente tem altos e baixos. No momento com viés de alta.
Depende apenas da assinatura do filhão no termo de acordo.

José Roberto- 17/06/20


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