quarta-feira, 1 de agosto de 2018

A DECADÊNCIA DE UMA CIDADE


A DECADÊNCIA DE UMA CIDADE

Sou carioca por adoção, pois moro no Rio há quarenta anos, porem com o coração dividido, embora a porção paulista tenha perdido terreno.
O sotaque caipira melhorou um pouquinho, todavia sem condições de esconder minha origem interiorana, da qual muito me orgulho, tendo sido tão importante na minha formação.
Como todo bom caipira sonhava conhecer o Rio, admirando a cidade maravilhosa e principalmente as mulheres esplendorosas, que posavam desinibidas nas capas do Cruzeiro e da Manchete.
Já expressei em textos anteriores o imenso desejo que tinha de participar de um dos tradicionais bailes do Municipal e do Monte Líbano, sonhos nunca realizados.
Quis o destino, que já casado e com dois filhos pequenos, também já devidamente assentado como chefe de família, viesse a exercer minhas atividades profissionais na cidade que tanto me embevecia.
Apesar de não ter parentes nestas bandas, fizemos alguns amigos e desfrutamos dos bons tempos de calmaria, praias tranquilas, violência mínima que durou até 1994, término do  segundo e desastroso governo Brizola, que entregou de bandeja os morros e as favelas aos bandidos e traficantes.
Os bandidos mais espertos, se organizaram rapidamente, muito mais que o poder público, aumentando sua área de domínio  para alem das favelas, descendo os morros e aos poucos, tomando conta da cidade.
Nos últimos dez anos o clima de insegurança vem aumentando numa espiral geométrica, a ponto de inibir os cidadãos de exercerem o livre direito de ir e vir, pois sair às ruas tornou-se empreitada perigosa, principalmente a noite.
Os péssimos administradores que o estado e cidade tiveram, incapazes e corruptos, permitiram que a degradação se instalasse em todos os recantos e se expandisse, em especial o atual prefeito, um bispo fajuto que não tem a mínima afinidade e afeto com a cidade, descumprindo de forma abusiva com suas obrigações, permitindo que alem do crime, ambulantes e mendigos tomem contas das ruas, praças e avenidas.
A insegurança tem afastado turistas, pois somente noticias depreciativas são divulgadas pela mídia, denegrindo a imagem daquela que já foi a cidade maravilhosa. 
Tanto assim, que após a Olimpíada, dois anos atrás, treze hotéis de renome fecharam as portas, aguardando tempos melhores que dificilmente virão.
A situação chegou a tal abandono, que mendigos se instalaram na frente de quase todas agencias bancárias da zona sul, alguns até pernoitando no local com suas famílias.
Em Ipanema, numa agência do Itaú próxima a Praça Nossa Senhora da Paz, um mendigo até faz a gentileza de abrir com seu cartão magnético, a porta dos caixas eletrônicos aos clientes que vão ao banco, antes do horário normal de funcionamento.
Numa outra agência do mesmo Itaú, algumas quadras adiante, que utilizo eventualmente, ficando defronte o local onde levo minha filha todas as quartas-feiras para fazer massagem e acupuntura, por acaso, hoje as 8,00 horas, quando atravessei a rua para sacar alguma grana, deparei com as portas cerradas e com um aviso, esclarecendo que devido aos mendigos que dormiam no local constrangendo clientes, os caixas eletrônicos somente funcionarão a partir das 10,00 horas, durante o expediente normal bancário.
Imaginem se esse procedimento se generalize e os caixas eletrônicos só funcionem das 10,00 as 16,00 horas?
Perderão muito de sua utilidade!
Sintomas graves de uma cidade carente de administração, entregue “as baratas, bandidos, camelôs e mendigos”.
É realmente o fim da picada, “um resto de toco, o fim do caminho”.

José Roberto- 01/08/18





Um comentário: