quarta-feira, 29 de agosto de 2018

NÃO SOMOS SÉRIOS


NÃO SOMOS SÉRIOS

 

 

 

OUTRO ÓTIMO TEXTO, ESCRITO POR RAFHAEL CURVO, QUE EXPRIME O SENTIMENTO DAS PESSOAS HONESTAS E PAGADORAS DE IMPOSTOS ESCORCHANTES, QUE ALIMENTAM A GANÂANCIA E A FARRA DE NOSSOS POLÍTICOS.

 

 

 NÃO SOMOS SÉRIOS –

RAPHAEL CURVO


O Brasil não é um País de terceiro mundo, é do fim do mundo. Que outro pensar podemos ter de um país que permite o registro de um condenado e encarcerado como candidato a presidir uma Nação como a nossa. Não há como o Brasil ser levado a sério com tantas patifarias em vigor, como tamanha aberração legal e tribunais que se tornaram um circo com os espetáculos que ano após ano são expostos ao mundo todo. Eu lhe peço leitor, pense com calma e desarmado de qualquer revolta ou ufanismo sobre o que o Brasil realizou nesses últimos 40 nos que não tenha sido voltado a politicagem, a corrupção do qual nos tornamos uma perfeita e exemplar escola, o desmantelamento da estrutura administrativa de governo com negociatas de cargos e cooptação política das mais escusas e absurdas, da entrega do judiciário, com atendimento de favores e compadrescos que atingiram até a mais alta Corte e por aí vai. Nada de concreto e consistente construímos nestes últimos 40 anos. O Estado brasileiro preciso ser refeito, reconstruído.
Estamos vivendo dentro de absurdos fatos políticos que ultrapassam a sensatez e a decência, nos tornando uma terra ocupada por milhões de sem vergonhas comandados por gangues e bandos de quadrilheiros. Fazem da nossa justiça um picadeiro de circo, como é o caso dos tribunais e da situação esdruxula que hoje passa a Polícia Federal em Curitiba, transformada em comitê de um presidiário que beira a demência, mas ainda vive delírios e tem um grupo de seguidores acéfalos. A razão de tudo isso acontecer está no fato de que gigantesca maioria dos participantes da estrutura organizacional dos Poderes são venais e comprometidos pela corrupção, são pessoas que perderam a condição moral e ética de ter qualquer reação a toda essa bandalheira que o Brasil se meteu e chafurda no lamaçal da imoralidade, sem qualquer condição de reação.
O golpe foi dado e com maestria, pelos quadrilheiros. Em razão da Lava Jato, as fontes do dinheiro dos empresários secaram. Com a proibição de participação das empresas no financiamento de campanha pelo STF, os pensantes de malfeitos do Congresso Nacional a criaram o Fundo Especial de Financiamento de Campanha – FEFC. Foi uma saída dos quadrilheiros e bandos para conseguirem se manter no Poder já que sem dinheiro e com os malfeitos na sua ficha corrida, dificilmente teriam sucesso em uma eleição. Esse absurdo financiamento veio do dinheiro do povo e terá o controle das raposas que hoje estão com mandato e que fazem parte do Congresso Nacional. Há que se deixar registrado aqui que muitos dos parlamentares não aderiram a essa aberração do fundo eleitoral e também, em minoria, resistiram as investidas dos bandos voltados a fazer do Congresso Nacional, um palco de negociatas.
São um bilhão e setecentos milhões de reais do Fundo Eleitoral somados a novecentos milhões do Fundo Partidário e chegará a um montante de 2 bilhões e seiscentos milhões de reais que serão controlados pelos diretórios partidários, ou seja, pelos idealizadores e criadores do fundo. Vale ressaltar que este é o valor do piso mínimo, não está estipulado o limite, desconheço. Existe previsão de gastos que podem chegar a 4 bilhões, incluso a TV. O bando alega que existe financiamentos em outros países, o que é verdade, mas omitem os valores dos financiamentos que na Alemanha, como exemplo, não ultrapassa a 400 milhões de reais e sem fundo partidário especificado. Há limites para os recursos que são destinados pelos fundos. Este limite está pautado pela arrecadação dos partidos junto aos eleitores e filiados. Não pode ser maior.
O que é absurdo para qualquer pessoa que tenha um nível de decência, é que a justiça eleitoral brasileira permite situações que só irão ser definidas nos últimos dias para as eleições. O presidiário candidato do PT deverá sair de cena apenas no dia 17 de outubro, prazo limite para substituição de candidato. Esta situação de poder ou não poder ser candidato deveria ter solução por resolução do pleno do TSE. O candidato impossibilitado por lei por ser condenado ou sofrer qualquer outro elemento impeditivo de registro, deveria ter a situação resolvida em prazo bem anterior ao do registro. Está explicito na lei quem pode ou não ser candidato e recorrer disso não deveria ser no momento último da data eleitoral. É uma situação de chicanas e prazos que poderão ter decisão final no Supremo Tribunal Federal-STF, após as eleições. É uma piada, um banzé, como levar à sério este Brasil. Vamos assumir, não somos sérios.
RAPHAEL CURVO.


José Roberto/ 29/08/18



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