quarta-feira, 3 de setembro de 2014

TAL DONO, TAL CÃO!

TAL DONO, TAL CÃO!

Embora já tenha lido e recebido centenas de textos sobre a beleza de envelhecer feliz e com dignidade, na prática, não é bem assim.
Por mais otimistas que sejamos, por mais que queiramos curtir a vida em nossa fase outonal, aquela dorzinha enjoada está sempre ali, futucando o joelho, as costas, o calcanhar, o...
Dizem, que o perigo é acordar sem sentir uma dorzinha sequer.
Nesse caso, é oportuno rezar o terço e pedir perdão pelos pecados cometidos, tentando dobrar São Pedro para abrir as portas do céu.
É duro aceitar que as pernas já não tem a mesma agilidade, não conseguir devolver aquela bola na partida de tênis, coisa normal até bem pouco tempo atrás.
Embora a mente seja ainda bem ágil para a idade, o mesmo não acontece com o corpo, que demora mais para responder os comandos.
Difícil é ajustar-se a esse descompasso, a um ritmo mais lento, permitindo uma sincronia entre o pensar e fazer.
Devemos nos adaptar, para ir levando.
Como se não bastasse essa transição difícil, temos ainda que acompanhar o desgaste do nosso fiel companheiro, amigo inseparável, parceiro de muitas jornadas.
Caminhando para os onze anos, Vick já acusa de forma acentuada, o desgaste dos anos.
Não tenho certeza sobre o multiplicador da idade dos cães, 5, 6, ou 7, mas eu e Vick estamos parelhos, pois padecemos de problemas bem semelhantes.
Dia desses, pregou-nos um grande susto, pois de repente, não conseguia mais se manter em pé, arrastando as patas traseiras e caindo.
Pensei que estivesse tendo um ataque cardíaco, correndo ao veterinário, que após exames, radiografias e aplicação de anti-inflamatório, constatou que Vick tinha artrose, na perna traseira direita(igual e solidário ao dono). Menos mal.
Recuperou-se rapidamente, mas já não corre como antigamente, nem salta para o meio de minhas pernas no sofá, pedindo com olhar “lambão”, para ser carregado,
A visão, como todo cão da raça Pug com essa idade, já é bem deficiente.
Felizmente encontramos um ótimo oftalmologista canino, que está conseguindo evitar o pior, mantendo Vick com o mínimo necessário.
Alem do uso eventual de um colírio contendo cortisona, temos que esfregar dentro de seu olho, de manhã e a noite, uma pomada, que deverá ser utilizada até o final de seus dias.
Dá uma tristeza danada, pensar no futuro de Vick, embora ele se esforce para continuar o mesmo, acordando comigo de madrugada, me seguindo durante todo o dia e aguardando ansioso durante minhas ausências. É o meu fiel e inseparável escudeiro.
Só dorme o sono justo dos cães, a meu lado.
Sou o escolhido, mas em casa todos adoram o Vick, inclusive minha netinha.
Por sinal, Vick fica meio enciumado, com os chamegos que Lelê recebe quando nos visita.
Perde o sono. Fica rondando Letícia o tempo todo.
Deve pensar: “quem é essa coisinha, que atrapalha meu cartaz quando chega aqui em casa”.
Vick nem precisa se preocupar, pois faz parte da família, tem seu lugar garantido.
Será que teremos coragem de ter outro cão após o Vick?
Pergunta difícil de responder e que preferimos evitar.
Vamos vivendo, envelhecendo, deixando a vida rolar.
Eu, a família e o Vick.

José Roberto- 03/09/14



4 comentários:

  1. Se Deus fez algum bicho melhor que o cão, guardou para si! O certo, na falta do Vick, seria arrumar logo um outro cachorro, sem a pretensão de procurar esquecê-lo, mas pela alegria e felicidade de conhecer uma nova personalidade canina, que todos eles tem de forma absolutamente distinta. Pesa, porém, a idade dos donos que, inexoravelmente, estarão com limitações físicas progressivas. Essa é a minha preocupação: nunca mais poder arrumar um cachorrinho novinho e poder brincar e passear com ele... Lamentável!!!
    Luizinho.

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  2. Quem já teve um cão como companheiro, não consegue nem imaginar como seria ficar sem essa presença fiel, que não cobra nada, sempre disposto a nos agradar.
    É sem dúvida, o melhor amigo, pois alem da comida só espera nossa companhia.
    REalmente e duro acompanhar o envelhecimento do velho e bom companheiro.

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  3. Aeee que texto legal!
    Adorei! Amo o vicky, ele é especial! Um santo! Bjsss,
    MF

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  4. Os cachorros que tive na infância são todos inesquecíveis. Concordo com o Luizinho, cada um tem uma personalidade, mas são sempre nossos amigos e sempre ao nosso lado. Deixei de te-los. O ultimo que convivi teve que ser sacrificado, pois perdeu os dentes e não conseguia mais andar, sendo um golpe muito duro.Agora só curto os cachorros dos meus amigos, sem duplo sentido.

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