quinta-feira, 17 de outubro de 2013

FARRA DE MUNICÍPIOS

FARRA DE MUNICÍPIOS

Para quem acompanha a “obra” de nossos políticos, a recente decisão desses salafrários não é nenhuma novidade.
O projeto de lei já havia sido aprovado pela Câmara Federal e ontem foi sancionado pelo Senado, numa demonstração clara e evidente que esses demagogos oportunistas não mudam, continuam defendendo exclusivamente seus próprios interesses.
Nosso indecoroso Congresso, aprovou, temerário projeto de lei, transferindo às Assembléias Legislativas Estaduais, o poder de criar novos municípios. Desde 1996 essa alternativa dependia exclusivamente de lei federal, numa tentativa de coibir a explosão de cidades inviáveis que surgiram após o final da ditadura e que sem recursos e arrecadação própria, dependem exclusivamente do Fundo de Participação do Municípios.
Caso essa lei seja sancionada por Dona Dilma, poderão surgir a curto prazo, 410 novos municípios, com suas câmaras municipais, milhares de novos vereadores, alem dos imprestáveis prefeitos e suas super estruturas administrativas.
Alegria e felicidade geral dos políticos rejeitados, que vislumbram com essas aberrações, novas chances de abiscoitar uma “tetinha que seja”, para sugar e degustar o leite da “vaca de sagradas tetas”, a grana de nossos impostos.
Como se não bastassem a mais de 7.000 vagas de vereadores que foram geradas de forma incestuosa e preenchidas na eleição do ano passado, os pilantras de Brasília, tramam novas maracutaias, pensando em seus cupinchas e numa possível rejeição futura.
Acostumados a mamata e ao livre acesso ao dinheiro público, caso se compliquem nas eleições vindouras, se contentarão com um cargo mais mixuruca numa prefeitura qualquer.
Sempre há um jeitinho de descolar alguma grana extra, por dentro e por fora, sem preocupações com nossa justiça, lenta e camarada.
Ao cometer mais essa atrocidade contra a população honesta, o Congresso confirma sua triste reputação, de um antro de cobras criadas, uma imensa Casa da Mãe Joana, refúgio de picaretas, amantes, compadres, onde milhares recebem super-salários, mesmo sem jamais dar as caras no local, onde um faxineiro ganha mais que um médico, onde tudo de pior e surreal pode acontecer.
Quando penso nos bilhões que custa ao país, essa “Casa” que deveria nos representar, sinto um nó na tripa, ânsia de vomito, vontade de defecar, embrulhar e remeter via sedex para a imensa latrina localizada no planalto central.
Que me perdoem os raros políticos honestos, que tentam defender os interesses da coletividade, pois nada conseguem contra essa multidão de velhacos, sendo arrastados juntos nesse mar de lama.
Que Dona Dilma tenha a necessária lucidez, vetando com uma canetada, o nascimento dessa aberração espúria.

José Roberto- 17/10/13



3 comentários:

  1. Do nosso Congresso, só podemos esperar resoluções desse naipe, que visam exclusivamente o interesse dos nossos representantes.
    Como diz o ditado" De onde menos se espera, é daí que não sai mesmo nada" que preste.

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  2. Será que nunca chegaremos a ver alguma medida correta e saneadora desse imenso Congresso, que tem cansado de dar mostras de que não serve para nada?
    Até quando seremos obrigados a engolir tantas ofensas e disparates?

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  3. A farra de novos municípios é de um enorme exemplo de irresponsabilidade com o dinheiro público. Coisa que os nossos políticos sabem fazer. A falta de responsabilidade dos nossos políticos é inacreditável. Se não vejamos:Quando Lula assumiu o seu primeiro mandato em 2002, a dívida externa era de R$ 212 bilhões, enquanto a dívida interna era de R$ 640 bilhões. Ou seja, o total, dívida externa mais interna, chegou aos inacreditáveis R$ 852 bilhões. Em 2008, quando o Lula assumiu ter pago a dívida, a dívida externa caiu para zero, já a interna chegou R$ 1,4 trilhão. Total da dívida: R$ 1,4 trilhão – 65% do PIB do Brasil.
    Contra fatos não há argumentos: Lula “pagou”, sim, a dívida externa. No entanto, nota-se que a dívida interna aumentou exorbitantemente. Na realidade, o Governo se endividou internamente para se quitar externamente. Diversos economistas alegam, ainda, que os novos acordos de endividamento interno seriam muito mais desvantajosos, tendo em vista o menor prazo e a maior incidência de juros.
    Para o Brasil, pouca ou nenhuma diferença faz para quem deve, o fato é que a dívida não só continua como aumentou.
    Para termos uma ideia do tamanho do problema, entre 2004 e 2013 o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu em média 3,64% ao ano (hoje é de R$ 4,5 trilhões) e nossa dívida pública avançou no mesmo período, em média, 8,98% ao ano (atualmente em R$ 2,24 trilhões). Traduzindo em miúdos, a dívida pública brasileira já é do tamanho da metade daquilo que o país ganha todos os anos, e ela cresce 2,5 vezes mais rápido do que o nosso PIB. Isso quer dizer que, mantidos estes padrões, até 2027 (mais 13 anos) teremos uma dívida que superará a nossa receita anual.

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