sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

PALAVRA OU PALAVRÃO?

PALAVRAS OU PALAVRÕES?

Ontem, a caminho do escritório onde passei rapidamente, escutei no trajeto uma interessante entrevista do Boechat com o escritor, professor e filólogo Deonísio da Silva, abordando o estranho caminho percorrido por palavras ou expressões, que ao longo dos anos mudam de sentido, ganhando significado pejorativo e vice-versa.
O ilustre professor abordou a formação etmológica das mais corriqueiras, a exemplo de “Caralho”, que era um mastro duro, afixado no convés das antigas caravelas.
Com o tempo, a palavra perdeu o sentido original, sendo utilizada para uma infinidade de situações, como caralho(pica, pau, estrovenga,piroca), casa do caralho(lugar no cu do mundo), é do caralho(muito bom), ou apenas caralho(admiração, espanto) e mais uma porrada de utilizações.
Sobre a palavra “Foda”, explicou que é originária do latim ou grego(phudere), que significava poder ou outra coisa que não recordo.
Essa é outra palavra de ampla utilização, principalmente pelos jovens de ambos os sexos, que a aplicam nos mais diversos sentidos. Falam muito, mas apenas da boca para fora, pouco exercendo ou praticando seu principal significado.
Explicou sobre a palavra “Bacana”, que percorreu o caminho inverso das anteriores.
Bacana vem de bacanal, roupas folgadas, sedutoras e transparentes, utilizadas pelas mulheres nos bacanais romanos de sacanagem pura.
As madames se apresentavam com essas vestimentas vaporosas, sem nada por baixo, prontas para o que der e vier.
Hoje, quando vemos uma respeitável senhora, para agradá-la, dizemos que seu vestido é muito bacana.
Outra palavra pela qual tenho imensa estima, “Boceta”, tem origem na mitológica Grécia, e significava caixa. Diz a lenda, que Pandora, escondeu nessa caixinha um monte de segredos, e uma vez aberta, ninguém poderia prever suas conseqüências.
Portanto, a expressão original era “Boceta de Pandora”, mas com o desvirtuamento da palavra, que ganhou de forma quase absoluta a pecha de órgão sexual(vagina, Xana, bacurinha, raxa,etc), para não ferir suscetibilidades, foi alterada para “Caixa de Pandora”,
Tenho maior simpatia pela expressão original, grega, pretendendo utilizá-la sempre que couber em algum assunto que esteja explorando.
Espero que o professor Deonísio não se avexe com os adendos e interpretações que estou fazendo a sua primorosa entrevista, pois como já afirmei inúmeras vezes, minha desgastada memória vive rateando, sempre com imensas falhas e lacunas. Qualquer cagada,é de minha inteira responsabilidade.
Minha mulher normalmente me critica quando coloco palavrões nos textos que escrevo, porem acredito, que os esclarecimentos prestados com base na entrevista do grande filólogo, sirvam para amenizar as carraspanas, pois nada mais faço, que utilizar os recursos lingüísticos do nosso rico e maravilhoso idioma.

José Roberto- 16/12/11

Um comentário:

  1. Nossa lingua é de uma riqueza incomparável.
    Acredito que o professor se ler, vai adorar seus adendos e complementos.
    Pedro Paulo

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