quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

DIVAGAÇÕES E LEMBRANÇAS

DIVAGAÇÕES E LEMBRANÇAS

Quando vai chegando o Natal uma inquietação toma conta do meu peito, reavivando antigas lembranças que voltam fortes.
Lembranças boas, de fatos e acontecimentos vivenciados com a família, com amigos inesquecíveis, com parentes, tios, sobrinhos, cunhados.
Na época tudo pareceu corriqueiro, mas hoje, amadurecidas pelo tempo, as imagens em nossa mente e as fotos esmaecidas, revelam o verdadeiro e importante significado de atitudes e demonstrações singelas de afeto.
Quando voltamos nossos olhos ao passado, tendemos a acreditar que as pessoas eram melhores, que havia mais paz e harmonia no seio das famílias, que o relacionamento era mais natural, despido de concorrência e da terrível inveja.
Mesmo com o dinheiro curto, as programações para o final do ano, nos enchiam de expectativas, pois o pouco que conseguíamos realizar, era suficiente para nos deixar transbordantes de alegria.
Os filhos pequenos e a família grande e unida, eram suficientes, preenchendo qualquer eventual lacuna material nesses eventos festivos e fraternos.
O período natalino sempre exerceu essa estranha magia, fazendo aflorar os sentimentos positivos, deixando pouco espaço para picuinhas e rancores.
Com esses sentimentos e lembranças pulsando dentro do peito, somos tocados pela melancolia, pois os tempos são outros e as coisas mudaram.
O avanço tecnológico que revolucionou o mundo pelo contato virtual, e que também abriu e pavimentou estradas encurtando os caminhos, ao invés de integrar as pessoas afins, criou os pedágios dos problemas e interesses particulares, distanciando ao invés de unir.
Cada um de nós tem suas justificativas próprias e válidas, pois a situação dentro de cada célula familiar se modificou, cresceu, enfrentando a necessidade de adaptação e subsistência diante dos novos desafios, que consomem parte substancial do nosso tempo e das nossas energias.
Um pouquinho de acomodação e preguiça completam esse quadro de exigências.
Enquanto isso, a vida segue seu curso incerto, fazendo com que posterguemos atos ou ações prazerosas, em prol de outras obrigações ou até mesmo do trabalho.
Diante desse quadro praticamente imutável, embora ensaiemos atitudes que vão sendo continuamente postergadas, só nos resta o consolo das antigas vivencias.
As doces lembranças do passado são o elixir para os males da alma e o consolo para irmos seguindo adiante.


José Roberto- 21/12/11

4 comentários:


  1. Gosto muito de seus textos que focam esses assuntos que tocam nossos corações e nossa alma.
    Neles você deixa transbordar seu sentimentos e a sensibilidade que as vezes tenta esconder, dentro da dureza com que aborda os temas políticos.
    Você tem uma alma de poeta.
    Um feliz Natal
    Antonia

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  2. Esta é uma época especial onde as boas lembranças afloram, trazendo com elas muitas saudades.
    Um bom tema, ná época propícia.

    Renata

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  3. Um bom texto para que nós todos relembremos os bons natais que vivemos, pois nessa atual vida agitada e cheia de compromissos, quase não sobra tempo para realizarmos aquilo que realmente queremos.
    Sempre deixamos para depois e quando acordamos o tempo já esgotou.
    Pedro Paulo

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  4. Mesmo que você não queira, a magia do Natal toma conta de você. O importante é se envolver com todos os familiares e amigos com o poder da união e da esperança, permitindo que a alegria contagie a todos. Um Feliz Natal para todos.

    Vanderlei

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