terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CORPORATIVISMO NO JUDICIÁRIO

CORPORATIVISMO NO JUDICIÁRIO

Pode até haver um fundo de verdade na rebelião dos juizes, que acusam a corredora do CNJ, Eliana Calmon, de meter indevidamente o bedelho em suas transações financeiras.
Mas se ela, exatamente por ser uma juíza honesta, estando desde há muito dentro do “metier” e conhecendo as tramóias típicas da classe, cutuca a onça com vara curta, é porque “existe algo de podre no reino da Dinamarca”.
Estamos cansados de ler sobre a venalidade de alguns tribunais estaduais, como o de Alagoas e do Mato Grosso, onde quase todos os desembargadores foram flagrados em atos ilícitos, vendendo sentenças e engordando suas contas, sendo no frigir dos ovos, reconduzidos ao cargo por decisões dos tribunais superiores, que numa demonstração de fisiologismo explicito, se nega a punir qualquer seus pares,
Os raríssimos casos que serviram de bode expiatório para acalmar a opinião publica, sofreram a “dura pena” da aposentadoria compulsória, logicamente, com seus salários devidamente assegurados.
Que existem bandidos atrás de muitas togas e fato sobejamente conhecido por todos os brasileiros alfabetizados, a ponto de ter grande relevância a afirmação corrente, de que o “bom advogado não e aquele que conhece as leis, mas o que conhece o juiz”.
Todo servidor publico em cargo importante, tais como juizes e altos funcionários dos tribunais, é obrigado por lei, a enviar aos órgão de controle, inclusive ao CNJ, copia da declaração anual do imposto de renda.
Segundo informações divulgadas pelos jornais, em São Paulo, 45% dos juizes desrespeitaram a lei, escondendo suas declarações. Em Mato Grosso do Sul, num raro exemplo de unanimidade, nenhum juiz se deu ao trabalho de cumprir as determinações vigentes.
Ora, quando aparece uma “maluca honesta”, tentando por fim a esse desrespeito, os órgãos classistas se enfurecem buscando apoio dos membros de nossa Suprema Corte, para cercear o estoicismo de uma juíza que entende, que a lei é para todos.
Juizes que se negam a entregar suas declarações de renda é porque tem o rabo preso, evitando que os órgãos de controle tomem ciência de suas miraculosas evoluções patrimoniais, dignas de um Palocci e um Pimentel.
Porque será que a Receita Federal, tão ágil e detalhista ao infernizar a vida do cidadão comum, fica totalmente omissa quando se trata de fiscalizar o ilustres membros do judiciário?
Está na cara a razão obvia e principal, pois quem irá julgar um processo de cobrança judicial de um magistrado?
Ora bolas, outro juiz, que seguindo as normas fisiológicas e corporativistas, logicamente irá beneficiar em seu despacho, o colega de toga.
Essa corrente classista torna nossos juizes intocáveis, membros de uma casta superior, imunes aos ditames das leis.
Quando temos o desgosto de ver ministros do STF, concedendo liminares caçando ou restringido o poder fiscalizatório do CNJ, encabrestando o único órgão que poderia refrear a ação nefasta de juizes desonestos, ficamos desalentados.
Aventou-se, que os ministros do STF que engrossaram o coro dos descontentes contra as ações do CNJ, estavam desgastados com a corregedora, que investigava indenizações recebidas pelos ditos cujos em anos passados, antes de pousarem no “Olimpo judicial”.
A triste realidade é que o brasileiro honesto e contribuinte está só, fodido e desamparado.

José Roberto- 27/12/11

5 comentários:

  1. Nós que já não confiavamos em nossos políticos, agora verificamos que nem em nossos magisstrados podemos confiar, que com seus superpoderes, provam que estáo acima da lei.

    ResponderExcluir
  2. Essa briga entre o juizes e o CNJ cheira muito mal, pois os magistrados querem se blindar, evitando qualquer tipo de investigação, mesmo nos casos em que grandes somas de grana circulam por suas contas, regadas como decisões vendidas.
    É um ´nó dificil de desatar.

    ResponderExcluir
  3. Nunca na história de nosso país, tomamos ciencia de como agem nosso respeitados e ilustres juizes, que parece mesmo que estão acima da lei e da justiça.
    Pedro Paulo

    ResponderExcluir
  4. Da um desânimo constatar que os poderes constituidos de nosso páis deixam muito a desejar,
    E ainda dizem que seremos uma potência de primeiro mundo.
    Antonia

    ResponderExcluir
  5. Estamos terminando o ano de 2011 com três grandes castas bem definidas. A Legislativa, a Executiva e a Judiciária. Nem a fixação do teto salarial para o funcionalismo público conseguiu conter aumentos, principalmente, no judiciário, pois com artimanhas jurídicas, além do teto, existe, por exemplo, o auxilio moradia, que não faz parte do teto, mas os juízes recebem, bem como os políticos dos outros poderes. Em resumo, existe o teto salarial só para inglês ver. Esta prática, já existe há muito tempo. Assim o poder judiciário e os outros poderes driblam as leis que limitam os vencimentos. Aliás, eles fazem as leis e eles mesmo a aprovam. Legislam em causa própria.

    Vanderlei


    Vanderlei

    ResponderExcluir