OUTRO TEXTO SOBRE O DIA DOS PAIS

 

                                     (FOTO DO MEU PAI, JOVEM, TALVEZ DA ÉPOCA DE SEU CASAMENTO, AOS 17 ANOS)

OUTRO TEXTO SOBRE O DIA DOS PAIS

 

Os amigos fieis e pacientes que me acompanham, sabe que jamais deixei passar em branco do o dia dos pais.

Já foram tantos textos, piegas, intimistas, sempre buscando um ângulo novo para acrescentar as memorias de meu maravilhoso pai.

Um pai como poucos, ocupando um lugar especial no céu, onde chegou com festas e comemorações, despertando até mesmo um “tiquinho” de inveja nos anjos, querubins e serafins.

Tonico foi inigualável, “hors concours”, digno de encabeçar uma página no “Guiness Book”. As palavras que escrevo brotam do fundo do coração, sem falsa modéstia, pois quem o conheceu, mesmo levemente e de passagem, sabe que não exagero.

Que saudades, embora saiba e sinta, que lá do alto acompanha meus passos, me protegendo com poderes que lhe foram delegados, recebidos diretamente ao Altíssimo, tentando me enquadrar no caminho da virtude, do bem, da paciência, do respeito ao próximo, da honestidade.

Deve suar um bocado para tentar lograr seu intento, pois apesar do ótimo exemplo, me faltam suas qualidades inatas, naturais e expeditas, principalmente a paciência e bondade.

(Quem se interessar, recomendo a leitura de “Tonico, Meu Pai”, que considero um dos meus melhores textos)

Fazendo uma retrospectiva de minha vida como pai, percebo falhas e tenho dificuldades de corrigi-las, pois com o avanço dos anos fiquei mais ranzinza, impaciente, na maioria das vezes sem motivos e razões.  

Esses senões que me passam despercebidos são notados por minha família, especialmente pela minha Regina, que aperta os freios, acalma os ânimos e não deixa de me “chamar as falas”, porém teimoso, insisto em ser resiliente, exposto a novas reprimendas e puxões de orelha.

A idade e as preocupações com futuro, talvez sejam o estopim das mudanças ocorridas, mas posso afirmar que dentro de minhas limitações, fui um bom pai, acompanhei e participei do crescimento dos filhos, em todos os sentidos, acreditando que dei conta de minhas obrigações(SMJ).

A tarefa ainda não terminou, pois mesmo adultos, sabendo de posições antagônicas sob determinados assuntos, meus filhos são eternas crianças, necessitando de conselhos que fingem aceitar, bem como de nosso peito amigo, afago e proteção.

Do meu jeito, pois tenho alguns ranços impossíveis de serem eliminados, sou hoje um velho pai, ainda com forças, mas sem dúvida precisando muito do carinho e apoio dos filhos.

A paternidade, coisa totalmente natural pelas leis da natureza, em se tratando de humanos e bem mais complicada para ser dignamente exercida.

Um abração especial a todos os amigos, leitores, pais que como eu, labutam pelos filhos e pela família unida.

 

José Roberto- 09/08/24