sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

APAGUEM A LUZ


 

APAGUEM A LUZ

 

Se não me falha a memória(vive negando fogo), na crise energética de 2001, todos os consumidores regulares receberam uma quota de consumo mensal, calculada sobre a média dos últimos 6 meses, com um desconto de 20%, pois tínhamos que contribuir com nossa quota de sacrifício.

Estabeleci em casa um regime barra pesada. Ar condicionado só em última instância, por curtos períodos. Controle rígido da máquina de lavar e das luzes, na época substituídas pelas econômicas PL.

Acompanhava o consumo de nossa residência diariamente, no final da tarde, lendo e anotando a leitura do medidor, pois caso as quotas fossem ultrapassadas, a multa era pesada.

Ficava invocado, quando de nossa varanda olhava ao longe, as favelas da Rocinha e do Vidigal destoando do resto dos bairros da zona sul, ultra iluminadas, enquanto vivíamos a meia luz.

Império de ligações clandestinas e rabichos, o pessoal das favelas não se preocupava com quotas, pois pouquíssimos estavam ligados de forma regular. A absoluta maioria, conectada a rede através de “gatos”, num emaranhado de fios de causar espanto, jamais pagou uma conta de energia elétrica.

Hoje, atravessando uma nova crise embora não tão grave como a de 2001, olho novamente para os morros ao longe, constatando o impressionante crescimento das duas favelas, destruindo a abundante vegetação local, sem qualquer interferência do poder público.

Se em 2001 já era difícil regularizar os furtos de energia, atualmente, com o tráfico e as milícias altamente organizadas e dominando todas as comunidades, é impossível aos eletricistas da Light entrar na área e efetuar um corte de ligação clandestina.

Se algum tresloucado chegar a tal ponto, subindo num poste para acabar com as gambiarras, certamente não descerá por moto próprio, sendo abatido no ato.

Essa expansão exagerada das favelas, é fruto da intervenção estúpida de um diretor da Light, funcionário da Eletrobras que conheci pessoalmente, um cretino que acabou com a medição em grosso(alta tensão) no pé das favelas, permitindo levar a rede primaria para o meio das comunidades, instituindo o domínio das gambiarras e dos consumos gratuitos. Já escrevi um texto dando nome aos bois e esclarecendo o assunto.

As perdas de energia na cidade do Rio de Janeiro, consideradas não técnicas, correspondem a aproximadamente 25% do consumo global do município. Esse prejuízo, também chamado de perdas comerciais, é rateado nas tarifas.

É uma grande sacanagem, pois a deficiência no combate as fraudes pela concessionaria, não lhe causa prejuízos, sendo repassada e coberta pelos consumidores regulares.

Dando uma olhada em minha conta de luz, percebo que aproximadamente, 1/3 refere-se ao ICMS,  outro 1/3, refere-se a taxa de iluminação pública e a grande invenção da Aneel, a bandeira vermelha.

É uma pena, mas o setor elétrico está entregue as mãos de pessoas que entendem apenas do mercado financeiro, e não de técnicos experientes e capazes, como ocorria antes dos fatídicos anos petistas.

Estamos pagando por erros do passado.

Mula é ladrão!

 

José Roberto- 14/01/22

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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