sexta-feira, 19 de março de 2021

A IMOLAÇÃO DO CORDEIRO


 

A IMOLAÇÃO DO CORDEIRO

 

Acordei com o nariz entupido, uma pequena coriza, situações que em tese, recomendam a suspensão da vacina, mas minha alegria durou pouco.

Com o sexto ou sétimo sentido que lhe é peculiar, Dona Regina levantou mais cedo que o habitual, quando me preparava para tomar o café da manhã.

Aumentei os fungados, simulei uma tosse, porem fui cortado de imediato pelo olhar quarenta e sete da patroa, que prontamente me advertiu: “não me venha com desculpas, pois vai tomar a vacina”.

Tentei argumentar dizendo que tinha lido mais de uma vez, que pessoas com sintomas de gripe ou resfriado não devem se vacinar, até estarem completamente curadas desses inconvenientes.

Com aquele sorriso forçado de quem manda e não pede, limitou-se a dizer que a recomendação de postergar a vacina, não vale para fingidos.

Com o destino traçado, preferi mudar de assunto enquanto tomávamos café.

Estou escrevendo antes de ser imolado, servido de cobaia, pois para completar minha má sorte, vou tomar justamente a “chinesa”, aquela que mais temia. Prefiro até que seja falsificada, contendo apenas água destilada ou até mesmo apenas vento.

Me antecipei, pois após a espetada provavelmente não teria condições físicas e psicológicas de escrever qualquer coisa.

Ontem, vi nosso prefeitinho Eduardinho, pedindo mais verbas ao governo federal, nervosinho, irriquieto,  pois a praga chinesa parece estar ganhando terreno aqui no Rio e no resto do país.

O danadinho esquece que o Rio já recebeu alguns bilhões, boa parte desviada pelo seu antecessor, o bispo de araque Marcelo Crivella.

O argumento que usou, alegando queda na arrecadação de impostos estaduais, serve como justificativa para o governo fechar a torneira, pois a queda de arrecadação é geral, e gastar sem lastro aumentando as despesas públicas, somente agrava a conjuntura, alimentando a inflação que já começa a nos rondar.

A exemplo de outras cidades, o Prefeitinho ameaça adotar medidas mais drásticas de isolamento social, fechando as praias, ferrando o comércio já bastante fodido, mantendo apenas serviços essenciais abertos.

São Paulo já decretou Lockdown total por dez dias. O coveiro Covas quer levar os paulistanos a loucura(os mais abastados) e os pobres a morrer de fome.

O Rio vinha conseguindo atravessar a pandemia sem medidas extremas, que esperamos não sejam agora cretinamente adotadas, pois os que cuidam e mantém os serviços ditos “essenciais”, continuarão aglomerados nos ônibus e metrôs lotados, convivendo e transportando o vírus para seus locais de trabalho e residências.

Para esses pobres coitados, apenas as recomendações manjadas e desgastadas: usem máscara.

 

José Roberto- 19/03/21

 

 

 

 

 

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