quinta-feira, 17 de setembro de 2020

ARAS, QUA É A TUA?

QUARENTENA- DIA 184- ARAS, QUAL É A TUA?

 

Augusto Aras, Procurador Geral da Republica foi indicado para o cargo por Bolsonaro, substituindo Raquel Dodge dart, que nutria uma leve esperança de ficar no cargo.

Bolsonaro pinçou o baiano porreta do bolso do colete, pois Aras não constava na lista tríplice de candidatos preparada pelo Ministério Público, de onde, um dos quais por tradição, deveria ser o escolhido.

Como era seu direito constitucional, o Presidente rompeu com os costumes vigentes e escolheu o candidato de sua preferência. Deve ter tido seus motivos para tal.

Aras não foi muito bem deglutido por seus pares do Ministério Público, principalmente por algumas atitudes que adotou logo no início de seu mandato, demonstrando claramente ter um pé atrás com a equipe do Lava-Jato, considerando-a independente demais para seu gosto.

Tentou logo de cara tomar o controle da situação, enviando uma sub-procuradora ao Paraná, para bisbilhotar e solicitar cópias de todos os processo em curso, fato que desagradou a turma de Curitiba, pois com o compartilhamento de dados poderiam ocorrer vazamentos de informações sigilosas.

Os procuradores da Força Tarefa recorreram ao STF, obtendo despacho favorável do ministro Fachin contra o compartilhamento, porem, posteriormente, o recurso foi derrubado pela maioria do plenário, que fixou jurisprudência obrigando o compartilhamento de dados, respeitando o devido sigilo.

Aras demonstrou estar a fim de complicar a vida do coordenador da Força Tarefa, culminando com a renúncia de Deltan Dallagnol do cargo, alegando motivos particulares. 

O Procurador Geral causou um baque nas equipes do Lava-Jato, principalmente em Curitiba em São Paulo, com a renúncia de diversos promotores, aparentemente fragilizando uma estrutura que apresentou ótimos resultados, recuperando bilhões e condenando figurões, como nunca dantes em nossa história.

Contudo, os remanescentes mostraram que não entregarão os pontos, reagindo e disparando novas operações, conforme pudemos acompanhar pela mídia.

Percebemos veladamente, que Aras tende a facilitar a vida enrolada dos filhotes do Presidente, fazendo o que pode e o que não pode, para abafar e amortecer as consequências de rachadinhas e outros deslizes.

Percebe-se também, que o Procurador Geral tem uma séria tendência para arquivar processos, a ponto de ter encaminhado ao STF o sugestão para cancelamento dos 12 processos oriundos da delação premiada de Sergio Cabral, que roubou em excesso e partilhou a bufunfa com dezenas de corruptos.

Na véspera de deixar a Presidência do Supremo, o famoso Toffoli, aceitou de pronto a sugestão de Aras, mandando para o lixo todas as confissões pecaminosas de Cabral.

Os dois devem ter livrado a cara de muitos corruptos, por razões que não compreendemos e não ousamos supor.

Pelo andar da carruagem, parece que Augusto Aras almeja ser o novo “Engavetador Geral da República”, sucedendo a Geraldo Brindeiro, que de 2005 a 2013 engavetou tudo, agradando tanto ao executivo quanto aos políticos, dando pouquíssimo trabalho ao STF, que também deve ter ficado muito agradecido.

A escolha do baiano Aras é um mistério que dificilmente será desvendado.

 

José Roberto- 17/09/20

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário