QUARENTENA- DAY 4

QUARENTENA- DAY 4

Para mostrar que sou foda, a partir de hoje vou grafar o dia da quarentena em inglês; “Day”, que em nossa língua que dizer dia, entenderam?

 Caralho, como domino o idioma anglo-saxônico!

“The book is on the table”

Eheheheheheheh.........

Voltando ao problema que nos aflige, mais propriamente dito ao enclausuramento forçado, tenho a esclarecer que escrevo o presente texto totalmente estropiado, pois contrariando as regras da casa e as ordens da Patroa, não resisti, fugindo de madrugada para uma gloriosa visita ao supermercado.

Pesquisei antecipadamente os que ficavam abertos 24 horas na Zona Sul do Rio. Poucos. O mais próximo é justamente o Supermercado Zona Sul, loja Leblon.

Minha Mulher(notem que por respeito, sempre a menciona em letra maiúscula) que me conhece muito bem, deve ter percebido minhas secretas intenções, pois quando deitei por volta das 22,30 h, notei que a chave do carro não estava no local que normalmente deixo.

Ainda bem que tenho uma chave reserva muito bem escondida, que garantiria a realização de meu intento.

Obviamente preocupado com reações posteriores ao descobrimento do meu “crime”, dormi muito mal, acordando por volta da 01,30 h da madrugada, totalmente desperto.

Fiquei deitado mais uma meia hora, mas nada do sono aparecer.

Levantei as 02,00 h, fui ao banheiro, dei uma leve cagadinha, tomei banho, saindo de fininho em total silêncio para não acordar Dona Regina.

Matei o tempo na sala de TV, correndo os canais que repetiam incessante as notícias veiculadas e repetidas cinquenta vezes durante todo o dia, estacionando no National Geografic.

Por volta das 03,45 h não aguentava mais, desci para a garagem e me mandei para o supermercado.

Ruas praticamente desertas de carros e de gente, coisa rara no Rio de Janeiro.

Atendendo recomendações de amigos da Turma do Tênis, coloquei luvas descartáveis para escolher e comprar os itens da minha lista, deixando outro par de reserva, para colocar assim que tomasse a direção do carro.

Cuidados e precauções imprescindíveis em tempos de Coronavirus.

Para minha felicidade, havia apenas mais dois fregueses na loja, mantidos a vários metros de distância.

Ao passar pelo caixa, também procurei ficar afastado, retendo a respiração , treinando o fôlego, seguindo as recomendações a serem adotadas em recintos fechados.

Voltei rapidinho e coloquei todas as compras nos devidos lugares, inclusive umas baguetes que ainda estavam quentinhas, para amaciar a Madame.

Não esqueci também de comprar um pouco de ameixas Dagen, as preferidas de Dona Regina, deixadas bem lavadinhas na pia, outro mimo especial.

Regina levantou as 06,00, mais cedo que o habitual e tomamos café da manhã juntos, Ela com a “tromba armada”, me recriminando muito mais com o olhar(43), que com palavras.

Acredito, que até a hora do almoço, que irei preparar, os ventos já estejam mais favoráveis.

Com relação as noticias e panelaços, tenho a esclarecer ,que apesar de torcer muito por Bolsonaro, cada vez que fala em público fico chateado, pois se comunica mal pra caralho, tentando justificar seus atos e patacoadas, não compatíveis com a importância de seu cargo.

Ser honesto e não deixar que as empresas públicas sejam assaltadas já é muita coisa, porem não basta.

Tem que ouvir seus Ministros mais categorizados, falando o mínimo possível e deixando de molecagens.

O país não tem tempo a perder com picuinhas.

José Roberto-19/03/20