sexta-feira, 25 de julho de 2014

TECNOLOGIA E MODERNIDADES

TECNOLOGIA E MODERNIDADES

O assunto veio a baila quando meu filho pronunciou as palavras mágicas: “para salvar os dados do computador da mamãe, a solução mais prática é arquivá-los na Nuvem”.
Explicou, que pelo fato do gravador de CD/DVD e todas a entradas USB estarem oxidadas pela maresia, portando inoperantes, essa seria a solução mais viável para salvar o volume imenso de fotos, trabalhadas e recuperadas por minha mulher ao longo de vários anos, arquivadas nos intestinos da maquina que apresentava sinais de cansaço.
Olhei para o céu limpo daquela tarde fria, vendo apenas uma nuvenzinha ao longe, por trás da Pedra da Gávea...
É obvio que já havia lido alguma coisa sobre essa poderosa Nuvem, inventada pelos gênios do Vale do Silício, que tem a capacidade de armazenar quase todos os dados dos computadores espalhados pelo mundo.
Difícil é tentar entender esse milagre tecnológico.
Recuso a gastar meu precioso tempo pensando no assunto.
Aceito como um dogma, uma espécie de fé, acreditando mesmo sem entender ou tocar(me recuso a dar uma de São Tomé).
É muito difícil para o pessoal da minha geração, aqueles que beiram ou já ultrapassaram os sessenta, compreender os avanços maravilhosos da tecnologia.
Nascemos, passamos nossa infância e juventude numa época em que “amarravam cachorro com lingüiça”, quando os carros ainda não eram os senhores das ruas, que por sinal eram seguras, local de encontros e brincadeiras da criançada.
De repente chegou a Crush, a 7UP e a Coca-Cola.
O chicle de bola foi para mim a primeira grande novidade.
Nos tempos de ginásio e científico, acompanhamos boquiabertos o lançamento do Sputinik e o começo da corrida espacial.
Já formado e trabalhando, fui acordado na madrugada de 20 de julho de 1969, por minha mãe e minha noiva(Rê) que passava uns dias em casa, para assistir emocionado,  pela TV, a chegada do homem a lua.
Todavia, um dos eventos que mais me assombrou, foi o recebimento do primeiro Fax, já morando no Rio e trabalhando na Eletrobras.
Quando me informaram, que enviariam a cópia de uma fatura de energia elétrica que faltava num processo, imediatamente, através de um aparelho que ficava na sala da diretoria, custei a acreditar.
Argumentei varias vezes se era aquilo mesmo tentava entender, que a cópia da conta viria por telefone.
E foi assim que aconteceu. Realmente assombrado, topei com o primeiro dos milhares de fax de minha vida, que por ironia e pela evolução tecnológica, hoje, já estão virando peças de museu.
Minha dura integração como computador foi uma guerra santa, uma cruzada em busca de um Graal inatingível.
Tentei e ainda tento, a duras penas, conhecer o mínimo indispensável dessa maquina poderosa e misteriosa, que aboliu fronteiras, permitindo a comunicação instantânea a nível mundial.
Para mim, continua sendo “um bicho de sete cabeças”.
Sou um neófito, usuário com conhecimentos rudimentares, sem qualquer chance de evolução.
Pela pobreza do meu Blog, podem imaginar o nível dos meus conhecimentos na área cibernética.
Foi muito difícil assimilar a evolução tecnológica, que aconteceu de forma avassaladora após a década de cinqüenta, quando foguetes, viagens interplanetárias, exploração do fundo do mar, eram apenas historias dos gibis e revistas em quadrinhos.
Boquiabertos, estóicos e conformados, vamos vivendo e convivendo com essas modernidades.
Nós, os sessentões, participamos a revelia, do gigante salto para o futuro!

José Roberto- 25/07/14




9 comentários:

  1. Um ótimo texto, que relata com fidelidade as agruras dos veteranos, que tem que conviver e aprender a lidar com essas modernidades.
    Abcs
    Pedro Paulo

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  2. Como já sou setentão (71 anos em 18/07/14), abstenho-me de opinar!
    Luizinho.

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  3. Como sou SETENTÃO (71 anos em 18/07/2014), abstenho-me de comentar.
    Luizinho.

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    1. Querido e velho amigo Luizinho
      Com atraso, receba meu forte abraço.
      Muita saúde, paz e vida longa junto dos que lhes são queridos.
      Abraços,
      Gigi

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  4. Com nove anos a minha filha ganhou um NETBOOK. Ela abriu a caixa tirou aparelho ligou na tomada e passou a manejá-lo sem perguntar nada. Há três anos, um amigo canadense trouxe para mim um Tablet. Eu nem cheguei a tocar naquela novidade e ela novamente foi manejando como se tivesse o tablet há muito tempo. É assim que nós os sessentões ou mais temos de agir. Tirar da caixa e como uma criança conhecer os meandros dessas novas tecnologias. Passei a fazer isto, perdi o "medo" dos computadores, tablets, celulares e por aí vai...

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  5. Bacana o texto! Curti muito!
    Para mim, lidar com tecnologia é como aprender um outro idioma: a gente pode até chagar a ser fluente, mas nunca alcança o domínio da língua como os nativos! E, em se tratando de tecnologia, considero nativos aqueles que nasceram e cresceram imersos nas novidades tecnológicas (o que não é o meu caso).

    Em tempo: o termo 'nuvem' se refere a locais na Internet em que você pode salvar todo tipo de informação, incluindo fotos, músicas, documentos e vídeos, tudo o que funcione como um arquivo, e recuperar facilmente esse material mais tarde usando um computador, smartphone ou outro dispositivo com conexão à Internet.

    Parabéns pelo post!
    JR

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  6. Ao inves de nos considerarmos retrogados, somos privilegiados pois testemunhas da historia, assistindo e sofrendo impacto da nova tecnologia e dos avanços ciberneticos permitidos, E com a graça de D"s ainda assistiremos muita evolucao, ate chegar o teletransporte de materia - ai me darei por satisfeito. Que venham nossos filhos e netos a nos ensinar - nada mais prazeroso ver como se viram nesse ambiente.

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  7. Gostei do tex5to, bem atual, Re

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