quarta-feira, 23 de julho de 2014

DEU SAMBA NO SETOR ELÉTRICO

DEU SAMBA NO SETOR ELÉTRICO

Ao contrário da telefonia, que mesmo com favorecimentos a determinados grupos foi um estrondoso sucesso, no setor elétrico, a privatização e o novo modelo implantado foi e está se configurando, um grande desastre.
Já estamos cansados de saber, o que é bom para a Europa e USA, aqui não funciona.
Temos a sacrosanta capacidade de avacalhar modelos, práticas e experiências que são sucesso estrondoso nos países de origem, mas adaptados a condições tupiniquins, transformam-se em retumbantes fracassos.
Técnicos brasileiros competentes, desde antes do final do regime militar, estudaram o funcionamento e regulamentação dos sistemas elétricos da França, Portugal, Espanha , USA e Canadá.
De inicio, conseguiram extrair ensinamentos que foram úteis, principalmente na área tarifaria.
Todavia, ao se encantarem com o sistema de livre concorrência, derrubando o conceito restrito de área de concessão, abrindo indiscriminadamente a construção de usinas e linhas de transmissão à iniciativa privada, instauraram o caos no sistema elétrico brasileiro.
Ao tentar regular a comercialização da energia elétrica produzida pela iniciativa privada, criou-se um emaranhado de normas ininteligíveis, baseada em sistemas matemáticos que nem Eisten conseguiria entender.
Uma barrafunda de leis e resoluções, favorecendo o surgimento de intermediários, grandes empresas oportunistas que faturam alto, revendendo a energia que não produzem, dentro de regras e condições esdrúxulas.
A privatização das distribuidoras foi um desastre.
Facilidades foram concedidas aos grupos que repartiram o butim, em especial para os estrangeiros, calçados com moedas podres e financiamentos subsidiados do BNDES.
O caso da Light Rio foi um dos mais gritantes.
A EDF “comprou” a empresa a preço de banana, com as facilidades acima descritas, incorporou ao custo do serviço obrigatoriamente remunerado pela tarifa, velharias e programas caducos importados da matriz, tendo de quebra uma boa remuneração anual garantida nos contratos firmados.
Nos espoliou durante dez anos, prestando um péssimo serviço, investindo migalhas na manutenção dos sistemas e depois passando o abacaxi para novos interessados, dentre eles a Cemig, retornando a Paris com os bolsos cheios.
O governo petista com sua atuação demagógica e incompetente, inflou os órgãos e agencias responsáveis pela condução do Setor Elétrico, nomeando para cargos chaves, “compadres” sem as qualificações mínimas exigidas, a começar pelo Ministro.
A Eletrobras virou  fantoche, cabide de empregos, sem função preponderante no Setor, tendo suas funções básicas “capadas” pela EPE(Empresa de Planejamento Enérgico) e ONS(Operador Nacional do Sistema). Limita-se a fingir que administra o PROCEL, Programa Nacional de Conservação de Energia, burocratizado ao extremo, para justificar o volume excessivo de funcionários acoitados nessa rubrica.
Não bastassem todos esses desatinos, Dona Dilma, de olho na reeleição, interferiu diretamente no sistema tarifário, forçando uma baixa intempestiva das tarifas, a revelia das concessionárias.
Como era de se esperar, o repique bate a nossas portas, pois o auxílio concedido com nosso dinheiro as empresas prejudicas não foi suficiente e os aumentos superiores a bondade concedida pela Presidente, começam a pipocar.
Mesmo contidos antes das eleições, já causam estragos nas finanças da população, deixando-nos temerosos para o castigo que virá no próximo exercício, após o embate eleitoral.
Os aspectos abordados no tema de hoje, são tenebrosos. Ao invés de um texto ligeiro e supérfluo, mereceria um livro para ser corretamente exposto aos interessados e aqueles que tem alguma familiaridade com o setor elétrico brasileiro.
Encerro com uma simples comparação:
Enquanto a telefonia se difundiu pelo país, possibilitando que praticamente toda a população tenha um telefone(ou mais de um), com as tarifas sendo reduzidas a cada ano;
A energia elétrica, pelo contrário, está ficando cada vez mais cara, com a tendência de atingir níveis insuportáveis.
Até luz no fim do túnel está se apagando!

José Roberto- 23/07/14








4 comentários:

  1. Alem da ameça de racionamento, que só não se concretizará porque o país está entrando em recessão, temos que ficar com as barbas de molho, pois os aumentos pós eleição, serão de lascar!!!!

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  2. Gimael, muito bom! Você conseguiu retratar as besteiras que conseguiram produzir num setor que já foi muito eficiente. Temo pelos desajustes atuais, a falta de decisões nesse período pré eleitoral e os efeitos nos nossos bolsos

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  3. Mais um furo do nosso agora triste pais.O Setor Eletrico esta tao complicado que ja nao se sabe mais quem e bandido e quem e mocinho - se e que existe algum. Esta tao desordenado que so se escuta que o subsidio às distribuidoras é o salvamento da vez e que a conta vem no proximo exercicio com aumentos tarifarios superior a 24%. E o nosso ministro nao se manifesta, ou por ignorancia ou por vergonha, pois ja falou muito e pouco se cumpriu. Que venham as eleiçoes...

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  4. Com certeza existe um "BOMBA" armada nas contas de energia elétrica, mas para não irritar os consumidores, de todas asa classes de consumo, num ano de eleições, ele somente irá explodir em 2015. Esta é a maior consequência financeira inevitável do pacote do setor elétrico, com que a presidente Dilma pretendeu reduzir (apenas temporariamente, ressalve-se) o custo da energia elétrica para os consumidores.

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