sexta-feira, 1 de março de 2013

UM PAPA CORAJOSO


UM PAPA CORAJOSO

Apesar de ter estudado em colégio de padres(Colégio Salesiano Dom Bosco) e de ter sido coroinha(sempre cuidei muito bem de minha retaguarda, pois como caipira desconfiado, jamais esqueci os conselhos do meu velho pai), sou atualmente um católico meia boca, daqueles que de vez em quando assiste uma missa.
E óbvio que os problemas todos que afligem nossa Igreja, nos induzem a pensar, a refletir, notadamente sobre essas aberrações intoleráveis, os abusos sexuais, nos deixando meio descrentes e ressabiados.
Como confiar, confessar e aceitar conselhos de padres, que apesar de seus votos não cumprem com suas obrigações e deveres eclesiásticos?
Logicamente os desvios de conduta são exceções, existente em todas religiões, mas nossos bispos e autoridades pecaram gravemente por tentar minimizar e esconder essas infâmias, ao invés de agir prontamente, cortando o mal pela raiz.
Confesso que nunca fui muito com a cara desse Ratzinger, alemão tinhoso, sempre muito influente na Santa Sé pelos cargos que ocupou, tendo ainda o azar de substituir um Papa tão popular e querido como João Paulo II.
Porem, como não entendo nada do assunto e normalmente me equivoco com minhas opiniões precipitadas, estou chegando a conclusão que novamente errei feio.
Bento XVI entrou numa fria.
Assumiu uma Igreja solapada por escândalos sexuais disseminados pelo mundo todo, com processos espoucando na mídia de países importantes como o Estados Unidos, Inglaterra, Escócia, México, inclusive no Brasil, pois padre safado é o que não falta por aqui(exemplo recente esse padréco de Niterói).
Consta, que assombrado com as bandalheiras e  intrigas internas do Vaticano, solicitou a dois cardeais amigos e de sua inteira confiança, um levantamento completo das maracutaias, uma CPI papal, obviamente séria, nada parecida com aquelas que ocorrem em certo país abaixo da linha do Equador.
Depois de dois ou três anos de averiguações, o relatório apresentado foi muito pior que o esperado.
Descobriu-se uma rede de intrigas, de corrupção, suborno, nomeações irregulares, desvio e lavagem de dinheiro, atos secretos, semelhante as safadezas que ocorreram em nosso glorioso Senado.
O velho Papa já debilitado, com saúde e condições físicas precárias, não agüentou o tranco.
Ciente de que não dispunha das forças necessárias para desencadear uma faxina no Vaticano, preferiu renunciar, na esperança de que seu substituto, iluminado pelo Espírito Santo, tenha os requisitos para iniciar essa renovação e saneamento.
Sua renuncia foi um ato de grandeza, de humildade, com a coragem de trazer a público essas irregularidades que precisam ser sanadas, para restabelecer a unidade e confiabilidade da Santa Madre Igreja.
Ratzinger, Bento XVI, entrará para a história com sua renúncia.
Afastou-se com serenidade, com muito mais prestigio e respeito do que quando foi eleito.
Saiu engrandecido.
Que Deus o abençoe e ilumine sua derradeira jornada.

José Roberto- 01/03/13

3 comentários:

  1. A igreja católica precisa de uma renovação, e esse Papa corajosa, dá essa grande chance aos católicos.
    Que seu sucessor seja forte e tenha a coragem de tomar as medidas necessárias para colocar a Igreja, no seu verdadeiro rumo.

    ResponderExcluir
  2. O Vaticano, a Igreja católica, bem como as ditaduras existentes estão paradas no tempo. O Papa foi honesto e sincero ao renunciar e passar a bola para frente, tendo em vista que ele não está em condições de renovar a igreja, começando pelo absurdo do celibatário. Enquanto a igreja não tirar esta pedra do caminho ela será arcaica.

    ResponderExcluir
  3. Como maior país católico, acredito que já é hora de termos um Papa brasileiro.
    O de Aparecida é um grande candidato.
    Vamos torcer por ele e pela igreja.

    ResponderExcluir