quarta-feira, 27 de março de 2013

PRESENTE DE GREGOS


PRESENTE DE GREGOS

Nosso bom e velho Senado aprovou ontem, por unanimidade, a emenda da Constituição que assegura aos empregados domésticos, direitos iguais aos dos demais trabalhadores.
Enquadram-se nessa categoria, cozinheiro, governanta, babá, lavadeira, faxineiro, vigia, jardineiro, motorista particular e acompanhante de idosos.
Olhando a foto sorridente da deputada federal Benedita da Silva, sendo abraçada por amigas e correligionárias, penso com meus botões, que essa alegria será transitória, pois essas pretensas vantagens adquiridas, serão um obstáculo a mais, para inibir a formalização dos futuros contratos de trabalho, principalmente com as domésticas.
Político, que não vale “aquilo que o gato enterra”, só quer fazer média com o povão, pouco ligando para a conseqüência de seus atos, desde que lhe rendam alguns votos num primeiro instante.
Também não se preocupam com os ônus jogado nas costas da classe média, pois contratam e pagam seus empregados com verbas publicas, disfarçando essas contratações ilícitas com títulos pomposos e enganadores, os tais assessores especiais de suas bases.
A partir de hoje, milhões de brasileiros com eu, estarão pensando e decidindo como resolver esse imbróglio, da forma menos dolorosa possível.
É obvio que a corda vai arrebentar do lado mais fraco, daqueles que deveriam ganhar vantagens adicionais, mas que na prática, na vida real, irão receber justamente o contrário, desconforto e desemprego.
Não precisa ser um gênio para saber que a relação domésticas/patrões, nada tem a ver com a relação entre empregados/empresas.
No primeiro caso prevalecem questões afetivas, a confiança em colocar um estranho em sua casa, que cuidará de sua alimentação, de seus filhos. É um relacionamento especial, típico, que muitas vezes leva a uma amizade fiel e duradoura.
O horário de trabalho é móvel, ajustado a necessidade de ambas as partes. Quando não se consegue essa harmonia é mais simples o desenlace, sem grandes burocracias.
No caso das empresas, o relacionamento é estritamente profissional, com metas e objetivos, produção, ponto mecânico ou digital, horas a serem cumpridas ou compensadas. Problemas se resolvem com o Departamento de Pessoal.
Temos ciência de que existem problemas na relação com as domésticas e que muitas continuam no mercado informal, sem registro em carteira, sem receber salários compatíveis, porem, não serão essas novas regras que amenizarão o problema.
A classe das domésticas, que lutou por essas vantagens adicionais, “deu um tiro no pé”, esquecendo da nossa realidade, que a classe média já assoberbada com impostos e taxas, não suporta mais qualquer ônus adicional.
Vaticino, que haverá uma enxurrada de demissões e também de ajustes.
A doméstica de hoje será a diarista de amanhã, sem carteira assinada, sem recolhimento do INSS, sem férias e sem décimo terceiro.(existe jurisprudência, que até três vezes por semana, a diarista não tem qualquer direito legal, com relação a seu empregador).
Um abacaxi azedo a ser descascado.
Um presente de gregos, ou melhor dos nossos políticos inescrupulosos.

José Roberto- 27/03/13


3 comentários:

  1. Engraçado que o código penal continua valendo desde 1940 e o congresso nada faz para aprimorá-lo, até o dia de chegarmos à barbárie...

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  2. Vai ser um Deus nos acuda para as pobres das empregadas, que ao invés de aumento e segurança, ganharão a porta da rua.

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  3. A relação patroa/empregada é uma relação de confiança, coisa que não existe entre políticos, daí inventar esse abacaxi, que cairá no colo das empregadas domésticas, ferrando suas vidas, e também a das patroas.

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