AS ÁGUAS VÃO ROLAR

Dessa vez parece que não há retorno.
A CPI do Cachoeira foi sacramentada com os votos de 70 senadores(de 81) e 337(de 513) deputados federais e deverá ser oficialmente implantada na próxima quarta-feira.
Lula, o Batráquio, foi um dos arquitetos dessa fingida caça as bruxas, botando lenha na fogueira, atiçando os petistas a votarem a favor da instalação da CPI, pois sonha enrabar Marconi Perillo, governador de Goiás, seu velho desafeto, nem mesmo que tenha que sacrificar o petista sem pedigree, Agnelo Queiroz, governador de Brasília, já envolvido numa montanha de processos.
O Sapo Barbudo só não contava com a desaprovação de Dona Dilma, que aos pouquinhos vai se libertando dos cordéis que a ligam a seu criador.
Pois é, Dona Dilma chiou e agora o “Ex-melhor Presidente...” tenta amenizar a cagada, juntando-se ao bode velho bigode tingido marimbondo de fogo Sarney, ao velhaco Renan e a escória do Congresso, para assumir o controle total das investigações, indicando para a presidência e relatoria da CPI, homens de sua inteira confiança(justamente aqueles que nós, honestos contribuintes, mais desconfiamos).
Depois de feita a cagada, abafar o mau cheiro e os respingos da merda jogada no ventilador, é tarefa inglória.
Recordo daquela lenda holandesa, do menino, que com o dedo enfiado no buraco do paredão da represa por onde escorria um filete d’água, impediu o rompimento do dique e o desastre eminente.
A medida que a policia federal for liberando as gravações da conversas do insidioso Cachoeira, o volume das águas começara a engrossar.
Surgem indicações de novas personagens envolvidas nas correntezas perigosas do contraventor, tais como o governador do Tocantins, Siqueira Campos, e o deputado Miro Teixeira, outro expoente da luta contra a corrupção.
Mas quem deve estar mesmo com as barbas de molho é o nosso governador Cabral, amigo íntimo e compadre de Fernando Cavendish, o dono da Delta, empresa que executa a maioria das obras no estado, a maioral do PAC.
Nesses momentos atribulados, até mesmo as costumeiras viagens a Paris perderam um pouco de seu encanto, pois aquele friozinho da barriga deve estar perturbando nosso viajante governador.
Carlinhos Cachoeira já deu o primeiro grito, exigindo que o repatriassem do presídio de segurança máxima de Natal, para um local mais tranqüilo em Brasília, onde possa desfrutar de algumas mordomias, mesmo em cana.
Cachoeira, em sentido mais que figurado, é justamente o menino que está com o dedo no buraco, contendo a explosão das águas.
Seu antigo assessor de imprensa já anda comentando, que Carlinhos não quer ser o único a pagar o pato, o senhor de todos os crimes, ameaçando dar com a língua nos dentes.
Se o baixinho resolver mesmo tirar o dedo do buraco, aí sim as águas vão rolar.
Na imensa enxurrada de lama advinda com o desaguar da cachoeira, alem dos tradicionais, lambaris, piabas e peixes pequenos, surgirão resfolegando os grandes tubarões, que também cairão nas redes e nas malhas da justiça.
Até que esse final ficou bonito, pena que seja uma obra de ficção, uma utopia, sonho irrealizável de um contribuinte compulsório, que ajuda sustentar essa corja de oportunistas.

José Roberto- 19/04/12