sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

O ENROSCO DAS PARÓDIAS


 

O ENROSCO DAS PARÓDIAS

 

Em ano de eleições é normal que surjam paródias, tanto elogiando ou denegrindo determinados candidatos.

Contudo, ganha forças um movimento comandado por autores e cantores conhecidos, tentando proibir essa talvez “apropriação indébita” de uma música, modificando sua letra ou até mesmo a estrutura, para outra finalidade, bem diferente da original.

Como não perco oportunidade de demonstrar “meus conhecimentos científicos” sobre todo e qualquer assunto, entro nessa “dividida”, de sola, para dar os meus pitacos, sempre fundamentados na mais pura e nobre ciência.

Por princípio, sou contra qualquer proibição de cunho literário ou artístico, pois até mesmo uma boa parodia não deixa de ter seus méritos, porem fica no ar, a questão dos direitos autorais.

Deve o parodista pagar ou compensar o autor da música original, pela apropriação, modificação, ou  desvirtuamento, de algo que foi criado para deleite e entretenimento, em uma peça de propaganda política, troça, ou mesmo de marketing de algum produto?

“Ser ou não ser”, “fiz que fui, mas não fui e acabei fondo”, eis a questão.

Nessa intrigante quesito, até mesmo eu, com meus quase setenta e sete nas costas, minha larga experiência de vida que não serve para nada, fico em dúvida quanto a pretensão dos autores e compositores.

Proibir jamais, porem talvez receber alguns trocados pelo uso, mesmo inadequado de suas criações, me parece justo. Ou não?(como costuma dizer Caetano, um dos artistas que querem a proibição).

Reconheço, que eu mesmo, como amante das sacanagens, adoro determinadas paródias trazidas dos tempos de infância e adolescência, todas altamente pornográficas que não ouso citá-las(temo represálias familiares), mencionando apenas que uma de minhas preferidas se baseia na música de Luiz Gonzaga, “Ela só quer, só pensa em namorar” e fico por aqui.

Outra parodia que gosto muito, se baseia na música do grupo Light Reflections, “Teel me once again”, de 1973, transformada em “Telma eu não sou gay”, pois me leva aos idos de 1981,1982, quando trabalhando em Manaus, uma engenheira ajeitadinha obviamente chamada Telma, foi causa de uma quase tentativa de assassinato, pois seu marido, que segundo consta era meio delicado, subiu nas tamancas, quando um conhecido cantou a parodia em sua homenagem. O marido nervosinho, descarregou o revólver no cantor, não acertando nenhum tiro(errando de propósito). O caso foi abafado e o marido delicado ficou com aquela sensação de chifres anestesiados.

Caso verídico, que pode ser testemunhado pelo mano Tai(Carlos), que também estava em Manaus na época, a trabalho.

Outra lembrança que me vem a mente, é que logo após o sucesso alcançado pela música original, a revista Veja, publicou uma reportagem exaltando o trabalho do grupo americano Light Reflections, postando inclusive uma foto do conjunto.

Foi uma das maiores “barrigas” da história, pois semanas depois o Grupo, formado por estudantes de medicina da USP,  apresentou-se ao vivo na TV, deixando os editores da revista com cara de bunda.

Como de costume, perorei,  enrolei, dei voltas e concluo sem muita convicção, mas achando que o autor, no caso de parodias, tanto para fins políticos ou comerciais, merece uns trocados por conta dos direitos autorais.

De uma coisa não tenho qualquer resquício de dúvidas:

Mula é ladrão!

 

José Roberto- 11/02/22

 

 

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