segunda-feira, 27 de setembro de 2021

ROUBA MAS FAZ E ÉRAMOS FELIZES


 

ROUBA MAS FAZ E ERAMOS FELIZES

 

Li uma pequena nota e não me lembro onde, que mencionava o tempo dos políticos notoriamente malandros, aqueles que conhecíamos e aceitávamos tranquilamente, pois “roubavam, mas faziam”.

O primeirão e mais conhecido dessa leva, sem dúvida alguma foi Ademar de Barros, um piracicabano nascido em 1901, que foi prefeito de São Paulo, interventor Federal e Governador duas vezes, pois eleito para uma terceira gestão foi cassado por Castelo Branco em 1966, apesar de ter liderado na capital, a famosa “Marcha da Família, com Deus, pela liberdade”.

Médico de formação, mas político por opção, era também um empreendedor, fazendeiro e um bom administrador, responsável pela construção e incio de importantes obras, como as Rodovias Anchieta e Anhanguera, Hospital das Clínicas, Maternidade de São Paulo, criou a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, a Escola de Engenharia de São Carlos, eletrificou a Estrada de Ferro Sorocabana, reorganizou o DER valorizando seus funcionários e traçando planos para construção de rodovias por todo o interior do estado, construiu o primeiro Autódromo de Interlagos, alem de inúmeras obras importantes na capital paulista.

Foi exonerado do cargo de Interventor por Getulio Vargas, em 1941, acusado de corrupção, conseguindo provar sua inocência junto ao Tribunal de Contas(inocência???) alguns anos depois, retornando a vida pública.

Ademar era muito popular, tendo grande aceitação entre as mulheres que sabia cultivar em seus acalorados e melosos discursos. Foi um dos primeiros governadores a visitar sistematicamente as cidades do interior, fato que lhe assegurou votos e fidelidade por muitos anos.

Sempre desviou alguns milhões para seus bolsos, mas comparado  aos políticos gatunos atuais, era “café pequeno”, pois a grana desviada não o impedia de realizar importantes obras, tendo como um de suas premissas básicas o conceito, de que “governar, era abrir estradas”.

Foi o grande expoente, pois todos sabiam que o danado gostava de dinheiro público, mas em doses que hoje seriam consideradas homeopáticas, e mesmo assim, era um campeão de votos.

O segundo mais importante da lista do “rouba, mas faz”, foi Paulo Maluf, governador de São Paulo de 1979 a 1982  e duas vezes prefeito da Capital. Realizou importantes obras, melhorando o trafego de São Paulo, com a construção de avenidas importantes, canalizando riachos, facilitando a mobilidade urbana. Construiu o Minhocão, uma importante avenida que desvalorizou as propriedades próximas, criou a Eletropaulo; aventurou-se  na tentativa de explorar petróleo, fundando a Paulipetro, um desastre, que praticamente nem água conseguiu prospectar.

Apesar de já ter subido de patamar no quesito desvio de dinheiro público, foi também um bom prefeito e governador. Roubou bem mais que Ademar, mas “fez muitas obras, sempre cumprindo o acordado com as construtoras”. Um ladrão de palavra, pois cumpria os acertos de campanha.

Ficou famoso, por negar que as contas descobertas em paraísos fiscais não eram suas, mas jamais autorizou que fossem abertas pela Receita Federal.

Orestes Quércia, apesar de pouco mencionado, é também um figurão nesse elenco de gatunos bem aceitos, se bem que fez bem menos que  Maluf e talvez tenha roubado muito mais.

Recordo que em Piracicaba, em pleno centro da cidade, construiu um grande e elegante edifício, que depois de pronto ficou uns 10 anos fechado,  bem cuidado, aguardando alguma pendência até que todas a unidades foram liberadas e vendidas rapidamente.

Roubou bastante e ficou famoso pela frase” Quebrei o Banco do Estado, mas fiz meu sucessor”.

Alem de quebrar o Banco do Estado de São Paulo, que poucos anos depois foi privatizado, quase quebrou também a Eletropaulo, desviando recursos para campanhas políticas.

De qualquer forma, mesmo depois de Collor, que com P.C. Farias chegou a casa do primeiro Bilhão desviado, os governadores que se notabilizaram por roubar mas fazer, são mixaria, quireras, se comparados com as fraudes bilionárias da era PT, com Mula roubando e Dilma deixando roubar, levando o país a situação de desespero, quebrando a Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Fundações e praticamente todas as estatais.

Nos bons tempos de Adhemar e Maluf, éramos roubados, felizes e não sabíamos. Caímos na real, com a chegada e roubalheira grossa da corja petista.

Mula é ladrão!

 

José Roberto- 27/09/21

 

Um comentário:

  1. Fosse somente os “Rouba, mas faz” o Brasil talvez estivesse um pouco melhor, mas nossos políticos são de quinta categoria. E esta quinta categoria engloba os populistas e os salvadores da pátria. Temos também os donos de partidos, somados aos eternos “coronéis”, que, principalmente, no nordeste e norte do país mandam e desmandam. Ainda temos o paternalismo, desde o descobrimento, que ajuda toda esta cambada de picaretas a atravancar o desenvolvimento nacional. Resumindo: “O Brasil está fudido e mal pago.”

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