segunda-feira, 20 de setembro de 2021

DO LAR

 

DO LAR

 

Pretendia escrever sobre o cretino do corregedor do TSE, mas fatores estranhos a minha vontade me forçaram a ser rápido e rasteiro.

A vida de aposentado e machão do lar não é fácil.

Como de costume, levantei antes das cinco, fui para o trono e  tendo consumido meu estoque de livros, sem nada para ler, fiquei por conta das mensagens no celular,  suando e tentando  “escorregar o moreno”.

Esforços em vão, pois o “bagrão” recusou-se a sair da toca. Levantando derrotado do vaso, com uma pequena dormência nas pernas, resolvi fazer a barba.

Em seguida fiz algumas flexões para manter a força nos braços, pois tenho que ajudar minha filha que é cadeirante; tomei o banho matinal para tirar a canseira de mais uma noite com pesadelos, me preparando para o café.

Nossa empregada é ótima. Já está conosco há mais de 15 anos. Mora longe, mas as 5,30 da matina já está em casa preparando o café, com a louça lavada da noite anterior.

Chega cedo, faz todo o necessário e sai também cedo, entre 14,30 e 15,00 horas, deixando tudo arrumadinho.

É de pouca conversa, mas de uma eficiência de fazer inveja.

Hoje todavia, ao chegar a copa encontrei tudo escuro e nada da Vanderléia. Olhei para ver se havia algum recado, nada encontrando. Raras vezes se atrasa, e quando o faz, é devido a tiroteios, greves e disputas entre traficantes e milicianos. que vivem em pé de guerra disputando territórios.

Regina acordou quando terminava de fazer café e arrumar a mesa, perguntando sobre a Vandéca. Diante de meu desconhecimento ligou para ela, sendo informada que estava com o filho pequeno doente, e que não poderia comparecer ao trabalho.

Depois de tomarmos o café juntos, a Patroa fez apenas um leve sinal, indicando o monte de pratos, talheres e vasilhames a serem lavados, resultado do almoço e do lanche de domingo, que havíamos deixado para nossa auxiliar.

Recebi também orientações, que deveria tomar as providências para o almoço, tirando alguma carne do congelador, para complementar o “restodontê”; sobras de ontem.

Expliquei que já tinha programado cortar o cabelo por volta das 9,00 horas e que voltaria a tempo de escrever rapidamente o texto ainda não escolhido e preparar os bifes para o almoço.

Portando, cá estou eu a descrever rapidamente as agruras de um velho machão chauvinista, que fala grosso fora de casa, mas no lar, tem o juízo necessário para reconhecer quem é que dá as cartas.

Cacete, são quase 10,40 horas. Cabelinho cortado. Preciso encerrar logo esta conversa fiada e subir rapidamente para nosso apartamento, a tempo de preparar a boia e acompanhamentos para o regabofe, com horário marcado para as 12,30.

Atrasos  não são bem recebidos.

Mula é ladrão!

 

José Roberto- 20/09/21

 

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