segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

BYE, BYE, IBOPE


 

BYE, BYE, IBOPE

 

Li ontem, que o velho e decrépito Ibope vai fechar as portas no final deste mês.

Após ser o líder absoluto do mercado de pesquisas durante décadas, o Instituto que perdeu muito de sua credibilidade, não resistiu a seca de verbas, cujo principal manancial era o governo e as estatais.

Desde jovem, quando passei a me interessar por assuntos políticos e econômicos, o Ibope era o arauto da verdade, das boas e más notícias, sendo um pioneiro na área, preocupado em formar uma boa reputação.

Acredito que somente após a “democratização” do país, o Instituto, já com o nome consolidado e tentando expandir seus negócios, sentiu a necessidade de aportes financeiros adicionais, passando a ser tendencioso em suas pesquisas, mais preocupado em deixar o cliente feliz, que com a realidade dos fatos.

O presidente da empresa, Carlos Alberto Montenegro passou a ser extremamente requisitado, principalmente em períodos pré-eleitorais, dando palestras e entrevistas as dezenas, cagando regras e demonstrando sua grande sapiência.

Esqueceu, que no frigir dos ovos, suas pesquisas meticulosamente dirigidas e segmentadas para escolha da amostragem, conforme os anseios do solicitante, mostravam cenários que não se confirmavam na abertura das urnas.

As previsões do Ibope começaram a dar “chabu”, impossíveis de serem explicadas mesmo com alargamento das margens de erro.

Obviamente, os que pagaram e contaram com “os ovos nos fiofós das galinhas” ficaram putos com os resultados e como as falhas nas previsões se tornaram rotineiras, os clientes foram minguando.

A pá de cal deve ter sido sem dúvida alguma, a perda do principal provedor, o governo.

Desse mesmo mal, outros Institutos mais recentes, que aparecerem para brigar com o dono do mercado, dentre eles o mais poderoso, o Datafolha, ligado ao grande jornal paulista, também começaram a ter dificuldades para sobreviver, pelas mesmas razões que sufocaram o Ibope, verba curta, tetas secas.

Num esforço de resistência, Datafolha, Globo e Uol se uniram, para tentar aguentar o sufoco, e talvez até se deem bem, considerando que brevemente, o mais antigo e tradicional Instituto de aferição da opinião pública encerrará suas atividades.

O Ibope já vinha mal das pernas, tendo em 2015 ,se desfazendo do Ibope Mídia, responsável pela aferição dos índices de audiência das Tvs, vendida a um grupo inglês.

Termina sua longa trajetória de quase 80 anos, agora no final de fevereiro.

Final melancólico de uma empresa pioneira, que não se adaptou aos novos tempos com a evolução das mídias sociais.

 

José Roberto- 25/01/21

 

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