QUARENTENA- DIA 281- UM NATAL DIFERENTE

 

QUARENTENA- DIA 281- UM NATAL DIFERENTE

 

O Natal é uma comemoração tipicamente familiar, onde predomina o congraçamento, a alegria e o amor. As velhas ou a novas picuinhas tendem a serem deixadas de lado, ao menos temporariamente, em respeito a data sagrada.

Reencontro de irmãos, filhos, netos, sobrinhos, próximos ou distantes, que por obrigações, trabalho ou preguiça pouco se veem, aproveitando a comemoração para matar saudades e estreitar relações.

Neste ano incomum as coisas serão diferentes, suprimindo parte significativa da alegria do evento.

O país e o mundo, assolado por essa “peste negra chamada Covid” nos impôs sérias restrições, impossibilitando aglomerações, inclusive as familiares, evitando o alastramento do vírus que ganhou novo fôlego.

Pela primeira vez passaremos o Natal sem o núcleo familiar completo. Em nossa casa apenas eu, Regina, Maria Silvia e Júnior. Fernanda, Bruno e os queridíssimos netos Lelê e Tatá serão privados de nossa companhia e vice-versa, com perdas e danos mais sentidos nos corações dos velhos.

Em outros tempos a casa já estaria mais agitada.

Presentes sob a árvore de Natal, aguardando os olhares ansiosos dos pequenos que sempre enviam a Papai Noel um extensa lista de presentes, inclusive alguns entregues em mãos pelo bom velhinho(eu ou Júnior vestidos a caráter.

No momento em que escrevo, o velho e forte coração dá umas repicadas diferentes, pontadas de nostalgia dos Natais passados, com muita gente, muitos abraços e muitas alegrias.

Saudades das festas passadas em Itanhaém, com os sogros firmes e fortes, com os filhos e sobrinhos pequenos, com as cunhadas bonitas e alegres, uma variada e numerosa prole acometida de sentimentos puros de afeição, turbinados pelo encantamento da data mágica. Saudades.

Em casa tudo preparado. Árvore armada, decorada, cintilando com inúmeras mini lâmpadas de led,  mas ainda sem os presentes. O pequeno presépio bem arrumado, adornado com pequenas luzes imitando velas, Tudo pronto, faltando apenas o principal, Letícia e Otavinho.

Lembrar que situação semelhante ocorrerá com milhares de famílias, que também terão comemorações restritas, não serve de consolo.

É a quota de sacrifício que estamos pagando por razões que buscamos descobrir, mas que permanecem indetetáveis.

Talvez por nosso descaso com a natureza, pela economia de amor ao próximo, pela preguiça de transformar em atos concretos, as boas intenções de ajudar os mais necessitados, que geralmente ficam apenas nas boas intenções.

Talvez seja um sinal de alerta, enviado pelo céu para minorar o egoísmo humano.

Apesar desse Natal diferente num ano de medo e incertezas, temos que agradecer por estarmos firmes nessa dura travessia, aproveitando as festividades da melhor maneira possível, rezando pela eficácia da vacina que está chegando, curtindo de um jeito agradável a saudade gostosa que brota do fundo de nossas almas.

O Natal é uma comemoração alegre.

Com a mente e corações abertos, vamos manter firme essa sagrada tradição.

Um bom Natal a todos.

 

José Roberto- 24/12/20