quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

QUARENTENA- DIA 280- LIVROS DE OURO


 

 

QUARENTENA- DIA 280-LIVROS DE OURO

 

O título em questão poderá até atrair a atenção daqueles não chegados a leitura, inclusive do nosso esperto e apedeuta Ex-Presidente, que afirma com orgulho nunca ter lido um livro.

Pode ser que algum asceponi desavisado, lhe assopre “nas oreias” sobre a existência desse tal Livro de Ouro, despertando aquela pontinha de cobiça que existe enrustida em todos os humanos.

Talvez o ex “melhor Presidente...” pensasse assim: “nesse livro, bem que gostaria de botar as mãos”.

Só que a finalidade desse chatíssimo livro é justamente o contrário.

Quem folheia suas páginas, ao invés de levar, sempre acaba deixando alguma coisa.

Mal começou dezembro e já se encontram instalados em locais de destaque exemplares desse livro maldito, que em primeira e última instância trata-se de uma forma clara de achaque, com o único objetivo de extorquir nossa suada grana.

No prédio onde moro, no escritório, os ditos cujos estão a nossa espera, e a cada momento que passamos pelo local, o funcionário de plantão, com aquele olhar lambão, nos observa atentamente na expectativa de um “pit stop”.

É um constrangimento total.

Em nosso país de leis absurdas, deveriam criar uma, proibindo a exibição desses mal afamados Livros de Ouro.

As doações e presentes de natal devem ser espontâneas.

Deveríamos dar alguma coisa somente para aqueles que nos são gratos, que merecem reconhecimento.

Quando aderimos ao Livro, nivelamos todos por baixo, inclusive aquele tipo mau humorado que não engolimos, mas que nessa hora sai levando uma bruta vantagem.

Alguém já fez a conta dos gastos extras por conta dessa “pidança” geral?

Recordo das duas portarias já mencionadas, do guardador de carro, do entregador de jornal, do entregador das revistas semanais, das empregadas, da faxineira, sem mencionar a turma da casa de Itanhaém.

O melhor mesmo e ir aderindo, pagando e não fazer contas, que somente causam aborrecimento e atrapalham nosso sono.

Não quero que meus raros leitores formem uma opinião errada a meu respeito, pois não sou nenhum pão-duro, muito pelo contrário.

Quem me conhece bem, sabe que sou um coração mole, mão aberta, pois adoro presentear, porem pessoas que são chegadas e que merecem meu afeto.

Tornar um ato espontâneo e bonito numa obrigação, é subverter a ordem e o valor do próprio ato.

Mas na prática, para não nos tornarmos “diferentes”, somos forçados a conviver com essa “forçação de barra”.

É difícil e impopular não ceder a esses maus costumes, e resignados vamos tocando a vida, lembrando que o Natal é tempo de alegria e está chegando.

 

 

José Roberto- 01/12/11

 

NOTA- TEXTO ESCRITO EM DEZEMBRO DE 2011 E REPLICADO HOJE, POIS É ASSUNTO SEMPRE ATUAL E CHATO.

 

José Roberto- 23/12/20

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