segunda-feira, 18 de maio de 2020

QUARENTENA- DIA 64- NOTÍCIAS SOBRE UM NOBRE EVENTO


QUARENTENA- DIA 64- NOTÍCIAS SOBRE UM NOBRE EVENTO

Apesar da quarentena, isolamento social e outras frescuras, regras cumpridas com extremo rigor graças a “magnífica atuação do melhor sindico da Zona Sul”; foi aberta uma exceção, dentro dos limites legais, para comemoração de uma importante data.
Nosso grande amigo, parceiro de tênis e de manguaças, Marcelo e sua jovem e bela esposa Lorena, comemoraram 11 anos de casados, simbolicamente chamado de “Bodas de Aço”, que no caso corresponde aos fatos, pois é do mais puro aço as algemas amorosas que unem esse afortunado casal.
Já perceberam, que por tratar-se de assunto sério, tratarei a todos pelos nomes de batismo, sem alcunhas, apelidos ou codinomes, conforme previsto no Regulamento Interno do Edifício que eu mesmo redigi.
Portanto, no sábado a tardinha, nos reunimos na churrasqueira do prédio para comemorar a importante data.
Cheguei só, pelas 17,30 horas, pois Dona Regina não pode comparecer, devido aos cuidados especiais requeridos por nossa primogênita, Maria Silvia.
Estava tudo perfeitamente nos trinques, mesas e cadeiras distanciadas e quase babei aos ver a qualidade e diversidade dos comes e bebes, acepipes e tira-gostas de altíssima qualidade, vinhos medalhados iguais aos servidos aos ministros do STF, champanhes Veuve Glicot, e para meu desbunde Whisky’s que só havia visto nas lojas do Free-Shop, blended's e puro maltes, todos acima de 25 anos.
Aos poucos foram chegando os convidados, membros da Turma do Tênis, com exceção de José Carlos(pretendente a ingressar no grupo, cuja folha corrida ainda está sob rigoroso exame; alem de estar fazendo um curso intensivo com Paulinho), sua jovem senhora(esqueci o nome, memória fraca de velho) e seu filhote, que deve ter ficado bem chateado, pois era o único jovenzinho no evento. Devo frisar, que José Carlos e Senhora, trouxeram ainda outros saborosos petiscos salgados e 2 garrafas de um bom vinho , incrementando ainda mais o regabofe.
Carlos, conhecido “mão de vaca”, chegou também só, com 2 garrafas de vinho branco, alardeando que eram de ótima qualidade(hummm, sei não..).Informou que a digníssima Carol desceria após alimentar e aninhar no berço o pequeno Cadu.
Miguel, também apareceu sem a esposa Fabiene, que provalmente estava preparando o jantar dos dois jovens filhotes(chegou mais tarde). Trouxe varias garrafas de um dos melhores vinhos portugueses, pois como de costume em nossas manguaçadas, generoso, nunca chega de mãos abanando.
Paulinho não apareceu, talvez devido a cara feia que fiz quando apresentou a Nota Fiscal da rede nova, que comprou para nossa quadra. Eu, ingênuo, pensei que seria uma gentil doação ao Condomínio, em regime de contenção de despesas.
Juarez precisou ser intimado por telefone para descer, talvez para poder impressionar a todos com sua nova loção francesa, que rescindia agradavelmente por toda a churrasqueira. Sempre bem arrumado e cheiroso.
Pelo que pude observar, também chegou de mãos vazias, mas dessa vez, acompanhou-nos na bebida(vinho), pois usualmente, asceta, só bebe coca-cola ou chá.
Peter foi o ultimo a chegar, também sozinho. Trazia nas mãos um saco de supermercado meio vazio, mas mesmo assim, esperançoso, supus que talvez estivesse trazendo para degustação geral, o prometido Whisky há muito.
Ledo engano. Trouxe apenas uma garrafa de um vinho esquisito, que só pelo rotulo verde e feio, não devia ser grande coisa.
Dediquei-me juntamente com o anfitrião Marcelo, a engolir gulosamente doses seguidas do primoroso Whisky, que descia macio feito seda pela minha goela sequiosa.
Sempre quando vou a uma festa, finjo que não estou com fome.
Golpe que funciona, para disfarçar minha natureza glutona, principalmente de pratos salgados.
Posso afirmar que foi uma comemoração nababesca, e após numerosas doses, alardeando meus conhecimentos de Latim, a pedido do simpático casal, ministrei-lhes uma benção especial, conforme autorização concedida a autoridade sindical, pela Constituição(Convenção) do Condomínio, artigo 54, parágrafo terceiro, do inciso quinto, pagina 77.
Deleitei-me com o Chivas 25 anos, com doses sem conta e a língua solta, falando demais e talvez o que não deveria, mesmo me policiando e tentando mostrar um pouco de seriedade, requisito importante para todo síndico que se preza. Tarefa difícil.
Outra ausência sentida foi do casal Paulo/Vanessa, que estranhamente preferiram curtir Angra dos Reis ao invés de partilhar a alegria com os amigos.
Damos um desconto, porque Paulo dentista, ainda passa por estágio de avaliação, para ser aprovado como integrante de nossa Turma. Nessa mancada perdeu alguns pontos. Vai precisar de muitas cervas especiais para amaciar a junta julgadora, pois até hoje, ainda não compareceu com nenhuma. Será outro mão de vaca?
Infelizmente por volta das 20,30 horas, após receber uma breve ligação de Dona Regina, pois mesmo com a mente embotada por vapores etílicos, sei reconhecer quem é que manda; agradecendo a gentileza do casal Lorena/Marcelo por proporcionar tão agradável encontro, despedi-me de todos e parti firme em linha reta(não tão reta).
Alguns de meus amigos(Peter), afirmou pelo Whatts App, que a festa melhorou muito depois de minha partida. Tenho certeza que é intriga da oposição, pois o danado nem mora no nosso prédio. É do Sonata. Tem inveja do grande síndico do Rhapsody. Soube que inclusive anda conspirando para me derrubar.
Concluindo, espero que a prodigalidade dos nossos anfitriões sirva de exemplo para o restante da Turma, pois essas reuniões singelas estreitam nossos laços em tempos tão conturbados. Fiquei chateado sabendo que no sábado anterior, Carlos promoveu um pequeno encontro sem ao menos me ligar. Pô Carlos, abre a mão!
Dada minha iniciação como pastor, abençoando o jovem casal, estou pensando em fundar uma igreja no Condomínio, pois a situação tá braba e a grana curta.
Qualquer dizimo a mais, dará um fôlego as minhas decadentes finanças.

José Roberto- 18/05/20




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