quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

SONHOS CARNAVALESCOS



 

SONHOS CARNAVALESCOS

Na semana pré-carnaval escrevi apenas sobre assuntos sérios, portanto já é dose suficiente, não que o tema de hoje seja menos importante para o velho ex-carnavalesco e seus sonhos jamais realizados.
Todo ano nessa época, impossível não lembrar meus libidinosos sonhos da juventude.
Com meus 14, 15, 16 anos ansiava por dar uma olhada nas revistas Manchete e Fatos e Fotos, que estampavam cenas apimentadas dos famosos bailes do Municipal e Monte Líbano.
Ver fotos das beldades seminuas dançando sobre as meses, despertavam no jovem tarado desejos pecaminosos inconfessáveis.
Artistas de cinema, socialites, vedetes, e moçoilas bêbadas com os peitões de fora, eram petiscos inalcançáveis a meus olhos sequiosos.
Maravilha quando conseguia uma dessas revistas para uso exclusivo, examinada com acurácia nos detalhes físicos das gostosonas, no banheiro e no quarto, com as portas devidamente trancadas.
Chegava a ter câimbras de tanto exercitar o braço direito, num constante cinco contra um, depenando o sábia, e outros nomes pitorescos atribuídos ao solitário e regozijante ato.
O sonho inatingível era de algum dia, participar de um desses memoráveis bailes num Rio de Janeiro tão distante.
Caso esse evento luxurioso tivesse sido concretizado, com certeza os jornais do dia seguinte estampariam a seguinte manchete; “Tarado paulista preso no Municipal”.
Quis o destino fortuito, que eu já casado e com dois filhos, caipira de Piracicaba viesse morar no Rio, que para meu desencanto alem de não ter a menor chance de participar dos doces eventos sonhados na juventude, pouco depois, os tradicionais bailes perderam o vigor e o mais importante, o do Municipal, foi extinto definitivamente.
Hoje, com o fogo da mocidade já razoavelmente pacificado, relembro com um leve desencanto os sonhos não realizados.
Sonhos de uma época distante, quando talvez tenham sido mais prazerosos, trabalhados numa imaginação jovem e fértil levando o sonhador aos píncaros do Olimpo ; talvez tenham sido  bem melhor que uma realidade impossível.
Os desejos arrefecem, mas os sonhos nunca morrem.
Neste carnaval já arrumei a fantasia para olhar meus netos, num Resort confortável, 0800,  cortesia de meu genro e minha filha.

José Roberto- 19/02/20



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