quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

QUARTA-FEIRA DE CINZAS


QUARTA-FEIRA DE CINZAS

Depois de um grande susto no retorno de Itaipava, pois ao sair do hotel, ao invés de voltar pelo caminho normal embora um pouco mais longo, resolvi seguir o Waze.
Como sou um desastre em mexer no celular ou computador, deveria ter optado no próprio Waze, pela rota mais conveniente e não pela mais curta.
Depois de uns quarenta minutos numa estradinha horrível, consegui atolar o carro num lugar ermo, sem movimento, com apenas uma casinha a uns 100 metros e mato de ambos os lados.
Por sorte, apareceu um bom samaritano que não poupou esforços para nos ajudar, pois não havia sinal de celular nem internet, mas o rapaz tinha wi-fi em sua casa e conseguimos contato com o hotel pedindo socorro.
Vaguinho, nosso salvador, era mecânico e horas depois, com um raciocínio espetacular e auxílio do irmão que atendeu a seu chamado, fritando pneus e com a força adicional dos auxiliares e de minha mulher, finalmente nos livramos do atoleiro, retornando para o hotel e voltando pelo caminho seguro.
Nesse mundo violento e corrupto, ainda existem pessoas boas como Vaguinho. Simples, mas com um coração maravilhoso, deixando no ar a impressão, que apesar de tudo, ainda resta uma esperança ao nosso país.
O restante da viagem foi tranquilo, apesar de um engarrafamento no Linha Vermelha, chegamos em casa são e salvos, mas o susto foi grande, tanto que com a adrenalina a mil, só consegui dormir depois das duas da manhã.
Tive tempo de dar uma olhada no resultado do julgamento das escolas de samba do Grupo Especial.
Troço comprido e chato que se repete monotonamente todos os anos.
Aguentei apenas acompanhar as notas de dois dos nove quesitos, sempre torcendo contra a Beija-Flor , a eterna preferida dos jurados, mas pelo que vi nos noticiários noturnos, dessa vez não levou, ficando em terceiro ou quarto lugar.
Não gostei da Mangueira, escola pela qual tenho simpatia, por apresentar a figura de Jesus Cristo estilizado, num flagrante desrespeito aos católicos.
Já virou praxe achincalhar a religião cristã, seus santos e dogmas, ao contrário do que ocorre com símbolos de religiões afros e similares, sempre exaltadas.
Não sou carola, mas as Escolas de Samba deveriam ser mais respeitosas e esculachar políticos corruptos, que apesar de condenados passam ao largo, pois os verdadeiros patronos dessas Escolas não são flor que se cheire.
Descem o sarrafo no governo, mas esquecem do pior de todos, o corrupto-mor Mula Nove Dedos, o chefão da quadrilha que dilapidou o país.
Encerrando o lero-lero, pensei até em receber as cinzas na quarta-feira que findava, mas a tarde ou noite, acredito que nas redondezas, seria difícil encontrar uma igreja onde conseguisse me persignar, para terminar esse fevereiro bissexto com o pé direito.
Contudo, não esqueci de rezar a Ave Maria, o Pai Nosso e a Salve Rainha, como faço todas as noites, solicitando graças especiais ao Bom Samaritano que o anjo da guarda colocou em nosso caminho.

José Roberto- 27/02/20



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