terça-feira, 9 de abril de 2019

LUTO FECHADO


LUTO FECHADO

Vick, meu fiel escudeiro se foi.
Estou com o coração despedaçado. Nunca imaginei que sentiria tanto a morte desse inseparável companheiro.
Sem condições para escrever.
Muita tristeza e dor.
Reservarei o dia para me consolar com as lembranças e juntar os cacos da alma.
Amanhã, se Deus quiser, será outro dia.

José Roberto- 09/04/19

5 comentários:

  1. Querido amigo Zé, meus sentimentos pela perda do seu fiel companheiro..Abs Paulinho Explicadinho

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  2. Sei que essa perda é irreparável e entendo perfeitamente a forte ligação que teve, digo, ainda tem com seu fiel escudeiro Vick. Assim, meus sinceros pêsames e que essa mensagem conforte o seu coração. Que fiquem as belas lembranças de todos os momentos de alegria que ele deu a você, a sua família e até pra nós os amigos, pois acompanhamos o Vick, diversas vezes, há muito tempo,nos seus textos. Eu sei que não sera fácil os próximos dias, mas que fiquem boas recordações do Vick. Que ele também descanse em paz.

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  3. COMENTÁRIO DIVIDIDO EM DUAS PARTES EM FUNÇÃO DO LIMITE DE CARACTERES
    PARTE 1

    Sua primeira aparição em casa foi de passagem, a caminho de um dono que estava em outra cidade. Esse futuro dono era a minha avó materna, que estava muito triste com o falecimento repentino de seu cãozinho de estimação. A ideia de presentear minha avó com um outro cão partiu da minha mãe, sensibilizada pela dor que a minha avó sentia. O curioso nessa história, é que por mais que a gente tente explicar os fatos de forma objetiva não podemos ignorar seus componentes subjetivos e muito menos os acasos que compõem os destinos de todos os envolvidos. E no caso do nosso querido Victor (esse é o nome oficial – que já veio com ele – mas que a gente raramente usava) esses fatores foram cruciais. Para início de conversa, minha mãe já tinha se apaixonado por ele quando o comprou para dar de presente para minha avó. Eu mesmo, quando cheguei em casa e me deparei com aquele filhote de Pug, tive de me segurar para não pedir que o agregassem a nossa família, que já contava com o Poodle Quimo.
    Depois da ida para casa da minha avó, fiz questão de saber como o bichinho estava se saindo no novo lar. As primeiras notícias que chegaram a mim foram de que ele brincalhão e divertia todo o mundo. Mais tarde, fiquei sabendo que não era muito bem tratado, uma vez que minha avó – com idade avançada – não dava conta do recado e uma tia minha, que morava com minha avó, não tinha o tempo e disposição necessários para se dedicar a cuidar de um cachorro travesso.
    No entanto, como escrevi mais cedo, os acasos também fazem parte dessa história, e, minha avó, contrariando todos os protocolos da etiqueta, acabou indagando minha mãe – que já era fã do Vitinho – se ela aceitaria receber o presente de volta. Assim, alguns meses depois de sua meteórica passagem pela nossa casa, o Vitinho retornava para ficar e ser o mais novo membro da família.
    Vitinho foi recebido de braços abertos aqui em casa e ainda ganhou um irmão mais velho para lhe fazer companhia. Nos primeiros dias estranhou o ambiente, mas depois adaptou-se muito bem, pois não tem bicho que seja capaz de resistir aos encantos da minha irmã Fernanda, a grande mãe dos animais aqui da família, a quem poderíamos chamar de uma verdadeira representante de São Francisco de Assis.

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  4. PARTE 2

    Na infância e juventude, Vitinho vivia correndo atrás do Quimo mordiscando suas patas traseiras. Tinha picos de alegria e saía correndo pelos cantos da casa sem esbarrar em nada, além de não aceitar ficar em cômodos com porta fechada (acho que algumas portas aqui em casa têm até hoje as marcas de suas unhadas pedindo para passar).
    Na fase adulta, só faltava nos entregar a coleira para dar um passeio na rua, bancava o valentão com outros cachorros e tinha o hábito de ficar de noite na varanda respondendo aos latidos de outros cachorros da vizinhança por horas.
    Não respondia quando a gente o chamava e não saía correndo para as portas de entrada de casa quando a campainha tocava – o que nos fazia achar constantemente que tinha algum problema auditivo – mas se você abrisse um papel de bala, ele aparecia na hora para ver se se tratava algum alimento que poderia ser compartilhado com ele.
    Como não era castrado, dava vazão aos seus ímpetos sexuais investindo em uma de suas camas ou em um urso de pelúcia.
    Sempre foi bastante dorminhoco. Gostava de carinho, mas não gostava de colo. Manifestava seu carinho de um jeito só seu: gostava de dormir encostado na gente.
    Desde pequeno teve uma variedade de problemas de saúde. Assim que veio para ficar com a gente, começou a mancar e descobrimos que teria de fazer uma cirurgia. Nunca esqueci de um conhecido, estudante de medicina veterinária, me dizendo que ele jamais conseguiria pular depois da cirurgia e depois poder testemunhar alegremente o danado dando pulos por todos os cantos da casa.
    Apesar de algumas crises de saúde, Vitinho viveu bem por bastante tempo, até mesmo quando sua carinha ficou toda branca. Há cerca de um ano atrás, mesmo com visão mínima, começou a dar sinais de desorientação o que me leva a crer hoje que eram os primeiros indícios de que ele começava a sofrer de demência canina. Mesmo assim demonstrava vigor, comprovado pela sua longevidade. Há mais ou menos um mês atrás, começou a apresentar dificuldades para se levantar sozinho do chão, precisando sempre uma ajuda. Essa dificuldade progrediu rapidamente até atingir o ponto em que nosso amado cachorrinho não conseguia mais se manter em pé, mesmo com ajuda. Esse quadro, associado à sua desorientação mental tornou seus últimos dias uma verdadeira agonia, pois ele, mesmo sem forças, insistia em tentar ficar de pé, o que o levou mais de uma vez a exaustão.
    Ontem fizemos contato com o seu veterinário que nos recomendou consultá-lo pessoalmente. Meu coração, que já estava abalado desde a semana passada, tremeu. Meu pai levou o Vitinho no veterinário, que diagnosticou um problema em sua coluna vertebral que requereria uma cirurgia, mas que antes de tal procedimento – que por si só já envolveria um certo risco –, seria necessário realizar uma tomografia – que no caso de cães requer anestesia geral – um procedimento muito arriscado para um cachorro de quinze anos. Meu pai ficou com o pior dos fardos: optar pela eutanásia e trazer os restos mortais do nosso querido membro da família para ser enterrado na companhia de seu irmão mais velho no jardim aqui de casa.
    Estou me esforçando em pensar no nosso querido Vitinho no céu dos animais, correndo pulando, feliz e cheio de vitalidade. Esse danadinho merece muitas coisas boas, já que nos fez muito feliz em sua passagem aqui na Terra. Mas por hora, é impossível negar que estou de coração partido.
    Descanse em paz vovozinho querido.

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    1. Lindo e comovente texto. Vou dar minha versão amanhã com o coração mais leve. Bjs

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