segunda-feira, 22 de abril de 2019

INTRIGAS NA TURMA DO TÊNIS

(DA ESQUERDA PARA A DIREITA: EU, JUARES CHEIROSO, MARCELINHO FORMIGA ATÔMICA, PAULINHO EXPLICADINHO E CARLOS KGÃO)


INTRIGAS NA TURMA DO TÊNIS

Voltei às quadras no início da quaresma e comemorei a Páscoa invicto.
Não ganhei uma partida sequer nesse meu infausto retorno, zarolho, enxergando mal pra cacete, fruto de uma agressão traiçoeira de um dos parceiros de tênis.
Por sinal, Marcelinho Formiga Atômica, arrependido de seu ato brutal, dada a força da bolada que desferiu em meu braço, abalando todos os nervos do lado esquerdo a ponto de atingir o nervo ótico e descolar a retina de meu olho canhestro, insiste em ser meu fiel parceiro nas duplas, acumulando derrotas.
Está se mortificando e pagando caro por seus pecados, demonstrando ter-se regenerado, pois ser meu parceiro nesses últimos tempos é entrar na quadra derrotado.
Imaginem como me sinto. Um ex-campeão praticamente imbatível, sendo surrado impiedosamente por perebas que só levavam sonoras lavadas.
Para piorar, nesse final de semana de Páscoa, a coisa esquentou.
No sábado, carregado por Marcelinho que corria e jogava por dois, numa partida que por milagre poderíamos vencer, eis que Paulinho Explicadinho e Juarez o Almofadinha Cheiroso, na maior cara de pau, “garfam” um game vital, que poderia acabar com minha seca de vitórias.
Descaradamente roubam não um ponto, mas um Game, caso inédito nos anais da historia tenística do Rhapsody.
Obviamente, roubaram e levaram, mas antes do final dessa vergonhosa e trágica partida, por motivos desconhecidos, Cheiroso quase foi as vias de fato com Explicadinho.
Supomos que foi algum comentário sobre o excesso de brilhantina Glostora que o almofadinha aplicou no caprichado penteado, perturbando o estomago dos jogadores e da torcida.
Não sei se esse negócio de inverter pontos, dar garfadas, gatunar descaradamente, é contagioso, pois Juju Cheiroso e Paulinho Explicadinho eram até então meritórios de nossa confiança.
Já não é o caso de Carlos Maciste Kgão, que, ou enxerga ainda pior que eu(apenas na marcação dos pontos) ou gosta mesmo de levar vantagem. Talvez até não seja proposital, mas o danado canta a jogada antes mesmo da bola tocar na quadra. Obviamente, sempre a seu favor.
Na longa história do Rhapsody sempre houve um garfador mor, posto agora ocupado por esse nosso amigo.
No domingo, dada a ausência de meu atual fiel escudeiro que alegou dores na garganta para escapar de mais uma lavada, quis dar uma de sabido e escolhi como parceiro justamente o Kgão.
Pensei: Com ele terei boas chances de tirar o dedo do fiofó, pois garfando umas e outras até poderemos vencer, mesmo que na marra. Sugeri a ele inclusive, que desse uma turbinada na sua cantoria.
Todavia, o danado, alem das ameaças anteriores de me processar por difamação(o que todo mudo sabe ser verdade), para me sacanear resolveu dar uma de bonzinho, cantando corretamente as jogadas, o que minou totalmente nossas chances de vitória, pois como já disse, atualmente sou de pouca valia e o Kgão também não é  grande coisa.
Fora da quadra ocorreram também fatos estranhos.
Todos da Turma, menos eu que sou o único duro, receberam zaps do Kgão, solicitando depósitos numa certa conta corrente, de valores entre 500 e mil pratas.
Marcelinho, milionário expert em segurança cibernética, desconfiou e disfarçando ligou para o Carlos perguntando se ele estava mesmo precisando de alguma grana.
O Kgão, pego no contra-pé, sem graça, alegou que seu celular havia sido roubado, e que estavam usando seus contatos para aplicar esse golpe.
Pesquisando fiquei encucado, pois a conta para depósito era justamente a do Banco onde o danado trabalha, ou que é sócio majoritário.
Hummmmm. Algo não cheira bem.
Como decano da turma e síndico perene do edifício, tenho minhas responsabilidades.
Não sou de falar ou pensar mal de ninguém(só pelas costas), pois sou fino e educado(street Kid, segundo minha mulher). Contudo vou fazer uma análise mais cuidadosa do currículo da nossa Turma do Tênis, antes que algo pior aconteça.
É melhor prevenir que remediar.
E por ser fiel expressão da verdade, firmo o presente texto.

José Roberto- 22/04/19


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