segunda-feira, 15 de abril de 2019

ESCORREGANDO NO DIESEL


ESCORREGANDO NO DIESEL

Se refletirmos a fundo, nada temos a estranhar do telefonema apressado de Bolsonaro, ordenando a Petrobras suspender o aumento de 5,7% no diesel, que havia anunciado.
O Presidente é o típico brasileiro de classe média, ótimo conhecedor da história do Brasil, mas ruim de cultura geral; de inteligência mediana, pessimamente assessorado pelos filhos, que deveriam ter a mente mais aberta que a do pai, e ainda por cima, impulsivo e de pavio curto.
Temendo os efeitos catastróficos de uma nova greve de caminhoneiros, cujos estragos estão ainda bem vivos na cabeça dos brasileiros, sem pestanejar, sem consultar seu principal e mais importante assessor que é o Ministro Paulo Guedes, estancou o aumento de imediato para evitar a provável e eminente sangria.
Se tivesse um pouco mais de tato e jogo de cintura, poderia tomar essa mesma atitude de uma forma mais disfarçada, ouvindo o estado maior que o cerca, fingindo consultar as “bases”, e no final fazendo exatamente a mesma coisa, mas como dizem, “enfeitando a merda”.
Uma nova greve geral dos caminhoneiros instalando o caos em todo o país, é o sonho de todo canalha petista, psolista, e da camarilha dos que torcem contra.
É um reajuste que talvez possa mesmo ser postergado, face a influencia do diesel no custo do transporte, no frete, do peso que tem na agroindústria; repercutindo de forma geral no preço de todas mercadorias e produtos.
Os jornais, os comentaristas políticos e financeiros, a mídia maciça, botaram a boca no trombone criticando essa atitude intempestiva do Presidente, que alem de gerar desconfiança entre prováveis investidores, causou um prejuízo imediato a empresa, de mais de 32 bilhões de reais.
Essa historia de prejuízo e conversa de especuladores, que aproveitam qualquer marola para especular firme, fazendo oscilar o preço das ações, vendendo na alta e comprando na baixa.
Os perdedores são os pequenos acionistas, que afoitos e amedrontados com notícias plantadas pelo experts espertalhões, agem exatamente de forma contraria: vendem na baixa e compram na alta.
Para a Petrobras essa é apenas uma perda contábil e transitória, pois o resultado final do exercício, é apurado pelo encontro de receita e despesas.
Óbvio que contenção forçado no preço, pode acarretar lucros menores, com prejuízos aos investidores, todavia essa provável perda tem que ser analisada no contexto geral, sendo bem menos danosa a economia da nação como um todo.
Basta retroagir nossa fraca memória aos tempos da Anta Dilma, com a corrupção sugando a Petrobras, com a empresa praticamente quebrada e o valor de suas ações reduzidas a menos de um terço.
Com um pouco de ordem e com o fim da roubalheira, mesmo diante da magnitude dos desvios e da corrupção desenfreada, a recuperação foi rápida.
No caso atual, quero crer que embora por vias tortas Bolsonaro tenha acertado, sendo no momento a melhor decisão para o país.
O risco, é que os caminhoneiros sintam nesse ato do Presidente, sintomas de fraqueza, o que poderá tornar ainda mais ousado o poder de pressão da classe.

José Roberto- 15/04/19

Um comentário:

  1. Se a raiz do problema fossem os caminhoneiros, até que seria mais fácil resolver a questão do preço do diesel nas bombas de combustíveis. Mas a realidade nua e crua é que a raiz do problema é exatamente a reserva de mercado que a Petrobrás detém, bem como o fato de ela não ser totalmente privada e sofrer pressões do governo. Sem concorrência nesse importantíssimo setor econômico, o Brasil está fadado a sofrer, para sempre, a “maldição do petróleo”.

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