quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

TENSÃO NA TURMA DO TÊNIS


TENSÃO NA TURMA DO TÊNIS

Recem chegado de uma bela mas desgastante viajem, pois os muitos anos castigam o velho e alquebrado corpo, desço no domingo, para bater uma bola com meus amigos do tênis.
Esperando Paulinho Explicadinho para completar as duplas, recebemos um zap de sua autoria, informando que não poderá comparecer a pugna conforme havia ficado acertado, pois dormiu tarde e tomou algumas, contudo suspeito que tenha sido uma “chave de braço” dada por sua mulher, que o mantem com rédeas curtas.
Com o sol inclemente das 10,00 horas torrando a quadra, optamos por jogar uma australiana, revezando dois contra um.
Presentes, eu, Juarez o ex-bichado e Marcelinho sete fôlegos, também conhecido por formiga atômica e outros adjetivos similares.
De início, notei que minha vista esquerda estava totalmente embaçada, o que fazia com que perdesse a noção de profundidade, batendo mal na bola e errando em excesso, situação totalmente anormal, pois primo pela regularidade, o que invariavelmente me leva a vitórias constantes.
Mesmo “zarolho” e errando em demasia, porem ainda fazendo algumas jogadas espetaculares dignas de replay em câmara lenta e merecedoras do “motorádio”, continuamos jogando até que, após duas ou três passadas magistrais por Marcelinho, eis que numa jogada “traiçoeira”, quando estava “fechando” a rede, o danado desfere uma violenta cacetada em direção a minhas partes baixas, não me restando alternativa senão colocar o braço a frente, protegendo uma das importantes partes do meu corpo que ainda funcionam a contento.
Foi uma senhora porrada, pois o danado e pequeno mas bate muito forte na bola. Quase fui a nocaute.
Fui imediatamente socorrido pelo fisioterapeuta de plantão, recebendo escusas de Marcelinho alegando que a porrada não foi intencional, f
 Fiquei com sérias duvidas sobre as reais intenções do adversário no ato da intempestiva agressão.
Tentei continuar jogando, mas sucumbi diante da extrema dor, saindo da quadra amparado pelo amigo Juarez.
Em casa, deitado e com o braço devidamente apoiado por uma tipoia, refleti sobre o incidente, resolvendo consultar a Convenção do Condomínio.
Constatei, que no Parágrafo Primeiro, artigo 69, item IV, versículo 19, linha 27, está perfeitamente grafado, que “QUALQUER AGRESSÃO AO SÍNDICO, AUTORIDADE MÁXIMA DO PRÉDIO, INTENCIONAL OU NÃO, SERÁ PASSÍVEL DE MULTA. NOS CASOS NÃO INTENCIONAIS A MULTA DEVIDA SERÁ DE USS 5.000,00(CINCO MIL DÓLARES), NOS CASOS INTENCIONAIS, MESMO DUVIDOSOS, O VALOR DA MULTA SERÁ ACRESCIDO EM 100%. OS VALORES SERÃO DEPOSITADOS DIRETAMENTE NA CONTA CORRENTE DO SÍNDICO”.
Calçado com a declaração assinada e com firma reconhecida do parceiro Juarez, atestando a premeditação do “atentado”, já autorizei a administradora a emitir o boleto de cobrança.
Estou pensando em consultar outro amigo, Peter, bicão do prédio vizinho, sobre a possibilidade de entrar com uma ação na justiça, por danos físicos, morais, e incapacidade temporária.
Acho bom meu amigo Marcelinho reservar um bocado de verdinhas, para arrefecer seu espírito combativo e serenar os ânimos de ambas as partes.
Estou até pensando em reservar a churrasqueira para festejar com a turma o recebimento da bolada e o restabelecimento de relações normais com o ex-agressor.

José Roberto- 31/01/19





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