quinta-feira, 27 de julho de 2017

LEMBRANÇAS DOS TEMPOS DE CESP

LEMBRANÇAS DOS TEMPOS DE CESP
O assunto me veio a lembrança pelo fato país estar sofrendo com a necessidade urgente de cortar gastos, muito mal administrada pela droga de Presidente esquecido, ingênuo e safado.
No final de 1974, acertei minha transferência para o Departamento Comercial em São Paulo, deixando com saudades a Regional de Atibaia, pois não aturava mais trabalhar com José Roberto ( chará de merda), um péssimo Gerente Regional  desagregador, pois antes de mim, já tinham deixado Atibaia, o Molina e o Sergio(os três chefes de Divisão).
Na Regional éramos “caxias” ao extremo, a ponto de reduzir os limites com despesas de viagem, baixando o teto em no mínimo 20%(vinte por cento).
Em viagem, tínhamos direito ao café da manhã, almoço, jantar e pernoite, com notas separadas devidamente explicitadas na prestação de contas.
Recordo que demitimos vários empregados por  rasurarem as notas fiscais ou superfaturá-las.
Convem salientar, que na Regional tínhamos autoridade para contratar, demitir, promover, gerenciando um orçamento anual que não era muito rigoroso, mas sempre ficávamos aquém dos limites.
Chegando em São Paulo, ocupando um cargo que igual ao meu deveria haver mais de cem, comecei a sentir as mudanças, pois na capital, sede da empresa, as coisas corriam de forma diferente.
Minha primeira viagem a serviço foi ao município de Pedreira, cobrar o prefeito e tentar um acordo, pois a prefeitura não pagava as contas de luz há bom tempo.
Solicitei um carro com motorista partindo logo cedinho com destino a cidade, que deveria ficar a umas duas horas de São Paulo(não tenho certeza).
Logo que alcançamos a rodovia, paramos para tomar café.
Paguei meu café e misto quente, pedi a nota no valor correto, enquanto o motorista a meu lado, solicitou uma nota fiscal no limite total, englobando o café da manhã, almoço e jantar(nem sabíamos  se voltaríamos tarde, para justificar o jantar).
Fiquei boquiaberto, pois o motorista não me conhecia, não sabia o cargo que exercia na empresa, não tendo a mínima preocupação em disfarçar ou esconder sua tramoia, pois se fosse na Regional, seria demitido sumariamente.
Fiquei puto e pensei comigo mesmo; “vou ferrar esse sacana, relatando os fatos à Tesouraria”.
Resolvi prestar contas da viajem pessoalmente, deslocando-me a Tesouraria que ficava no prédio ao lado(bloco I do edif, Center 3).
Entregando a prestação de contas, o funcionário me olhou assustado e disse: “doutor, o senhor tem que gastar no limite, senão o valor das diárias não aumentam”.
Fiquei pasmo e embasbacado, pois a regra na matriz era gastar até o teto do limite e se possível, ultrapassá-lo, pois os diretores sempre aprovavam(segundo o funcionário que me atendeu).
Meti a viola no saco e desisti de dedar o motorista, que acostumado ao sistema viciado, seguia a rotina usual de trambicagens.
Aos poucos fui percebendo como éramos “quadrados” na Regional, todavia não me arrependo, pois trabalhávamos com orgulho e honestidade, orgulho que deu uma boa minguada depois que comecei a enxergar as coisas sob o ângulo da matriz, onde o conceito de economia e contenção de gastos não existia, onde promoções por Q.I, eram bem mais fáceis que por mérito, assuntos que poderei abordar em outros textos.
Um em especial que talvez valha a pena mencionar , é uma passagem tragicômica  com o ex-chefe José Roberto, em São Paulo, mas fica para outra ocasião.

José Roberto- 27/07/17


Um comentário:

  1. Infelizmente, no serviço público é o que acontece, alguém spre querendo levar vantagem.

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