quarta-feira, 18 de novembro de 2015

SOBRE O DIA DE FINADOS

SOBRE O DIA DE FINADOS

Muitos consideram finados como um dia especial.
Respeito, entendo a dor e saudades sinceras das pessoas que pranteiam e choram seus mortos queridos, mas para mim, não significa grande coisa.
Talvez esteja totalmente equivocado, mas encaro o dia de finados como um dia comercial religioso, quando alguns setores do comércio e da igreja faturam alto.
Sei que estou mexendo numa caixa de marimbondos, pois falar de religião gera um bocado de conflitos e ainda mais de finados, pois muitos só se lembram dos entes queridos, que foram dessa para melhor(ou pior), nesse feriado nacional.
Dos meus mortos queridos lembro nas ocasiões mais diversas, inusitadas, momentos que trazem recordações outrora vividas, principalmente de passagens agradáveis que ficaram definitivamente gravadas na minha memória.
Todos os dias bem cedo, ao fazer a barba lembro do meu velho pai, pois confirmo com o passar dos anos nossa grande semelhança.
Sinto uma saudade gostosa de sua bondade e sei que lá do céu, onde desempenha papel relevante, vela por mim.
Da turma do colégio e da faculdade que decidiram partir prematuramente, difícil passar algum tempo sem lembrar do Noedir(Bastião) cujo sonho secreto era ser policial ou chofer de caminhão, do Wanderlei(Paredão), herdeiro da fábrica de vassouras de piaçava e do Norberto(Galinha), meu grande companheiro de tantas jornadas e sobre o qual há tanto o que escrever e falar. Não pode imaginar a falta que me faz.
Difícil entender porque Deus chamou essa turma tão cedo. Talvez para levar um pouquinho de animação e zorra aos sérios ares celestiais, porque esse trio era de lascar!
Dos companheiros de trabalho que se tornaram grandes amigos, graças a Deus, lembro-me de poucos, pois a maioria permanece firme e na ativa.
Difícil esquecer do alegre Dalton, com seu sorriso constante e cativante, fiel parceiro na captura dos robalinhos no Guaraú(Peruíbe).
Porque partiu tão cedo, em plena flor da idade?
Talvez para ser lembrado sempre jovem, queimado e sorridente, embora tenha deixado um saudade profunda em todos que lhe eram caros.
Dos amigos mais recentes, coisa dos últimos vinte anos, dos finais de semana,  exauridos após nossas pelejas e tomando umas e outras,  impossível não lembrar da disposição do velho Aldir, carioca da gema, que morreu fazendo o que mais gostava. Em plena quadra, disputando uma partida de tênis.
O Tião  foi logo em seguida.
Sempre preocupado com a saúde, fazendo exercícios e mantendo-se em forma. Sua partida nos pegou no contrapé. Talvez, tenha aceito um apelo do Aldir para bater uma bolinha lá no alto.
Fico feliz por não ter um grande rol de lembranças daqueles que já se foram. Faço um esforço e constato que o número é bem limitado.
Talvez tenha esquecido um ou outro, porém jamais esqueço dos principais, daqueles que realmente deixaram sua marca registrada em minha existência.
Portanto prefiro lembrar dos meus amigos em seus bons momentos, alegres e saudáveis, curtindo o melhor de suas curtas vidas.
Não sou chegado a homenagens póstumas, nem levar flores ao cemitério.
Sou daqueles que acredita que demonstrações de carinho e afeto se fazem em vida.
Depois da morte, apenas boas lembranças e algumas orações.

José Roberto- 03/11/09


NOTA- TEXTO EM ESCRITO HÁ 6 ANOS, RECUPERADO DO BLOG TERRA OPINIAODOZE.

José Roberto- 18/11/15


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