PANELAÇO

PANELAÇO

Assistia tranqüilamente um filme policial na sala de estar, ao lado de Vick, meu fiel e inseparável escudeiro, quando fui interrompido por minha mulher, que chamou minha atenção para o barulho estridente que ecoava pelos ares da Lagoa.

Com as portas fechadas e atento ao filme, não havia percebido a algazarra, novesfora que estou um pouco surdo, fardo da idade avançada.

Antes de continuar no tema, alguns esclarecimentos:

Eu e minha mulher firmamos um pacto verbal “com firma reconhecida”(meia dúzia de beijos), através do qual me foi concedido um precioso alvará, dispensando-me de acompanhar a novelas.

Minhas opções seriam, ver TV na sala de visitas, ou no quarto, opção descartada de imediato, pois assistindo da cama, pegaria logo no sono.

A sala de TV, com o maior aparelho, obviamente seria ocupada por quem dá as cartas, sem chances de qualquer questionamento.

Portanto, escolhi a sala de estar, onde na velha “cadeira do papai”, degusto tranqüilamente meus charutos, vejo os filmes que me interessam, não perdendo o Jornal da TV Cultura, as 21,00 horas, sem dúvida, o melhor noticiário, principalmente as segundas, com a participação do professor e historiador Marco Antonio Villa.

Voltando ao assunto, da varanda escura escutei o panelaço que ecoava forte por todo o entorno, sacudindo a noite sem estrelas, que com seu manto escuro cobria os seus da Guanabara.

Olhei no relógio, precisamente 20,32 horas, início do horário eleitoral gratuito do PT, partido dos trambiqueiros.

Havia recebido um email de um amigo e leitor (Hamilton) alertando para o fato, porem, assoberbado por não ter o que fazer e auxiliado pela “ótima” memória, deixei passar.

Alem do grito estridente das panelas agredidas violentamente, os carros que transitavam pelo local disparavam suas buzinas, num lamento longo e melancólico contra um governo e um partido que nos colocaram num beco sem saída, numa sinuca de bico.

Escutava-se alguns berros, “Fora Dilma”, proferidos por tocadores de panela mais exaltados, que de todos os jeitos e com todos os sentidos, procuravam manifestar sua insatisfação.

O povo de todas as classes, unido em coro numa orquestra desafinada, mas cônscio de seu poder e objetivos, finalmente dá sinais patentes que a “batalha pela redenção do país” foi iniciada, numa campanha sem chances de retorno.

Fora PT e seu séqüito de sanguessugas, dentre eles o chefão cachaceiro,  mentiroso e oportunista, o Batráquio apedeuta Mula.

Esse é o lema de nossa guerra santa!

Fora PT!!!!!

José Roberto- 06/05/15