quarta-feira, 15 de outubro de 2014

DIA DO PROFESSOR

DIA DO PROFESSOR

Diferentemente dos outros “dias” inclusive o das crianças, comemorado,  domingo passado, o dia do professor não tem apelo comercial.
Pouquíssimos alunos lembrarão espontaneamente da data, levando uma lembrança a sua mestra, por menor e mais insignificante que seja, uma flor ou um doce qualquer, ou até mesmo aquele abraço apertado e sincero, em agradecimento a uma pessoa tão importante, que no abre a porta do conhecimento.
A data em homenagem aos mestres, tem sua origem em 1827, com D.Pedro I instituindo o ensino fundamental no país.
“Tem-se que no início da década de 30, as primeiras comemorações já aconteciam, mas sem grande repercussão.
Existem relatos, no entanto, que em 1947 ocorreu o primeiro evento dedicado ao Professor, digno de nota.
Em São Paulo no Ginásio Caetano de Campos, conhecido como “Caetaninho”, o professor Salomão Becker e seus colegas Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko tiveram a idéia de escolher esse dia para um congraçamento e análise de rumos para o restante do ano.
Nesse mesmo ano formou-se, então, a “Comissão Pró-Oficialização do Dia do Professor”, com intensa atividade de mobilização no Ministério da Educação, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e na Secretaria de Educação.
Em 13 de outubro de 1948, o Projeto foi transformado na Lei estadual nº 174.
 A conquista paulista correu o País e quase todos os estados aprovaram leis instituindo o feriado escolar do Dia do Professor em 15 de outubro. A partir daí, iniciou-se o trabalho pelo reconhecimento nacional da homenagem, por meio de decreto federal.
Com alguma demora, a data foi oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963”
Depois dos pais, o professor desempenha função vital na vida dos alunos, pois dependendo de sua dedicação somos influenciados em nossos rumos, até mesma na escolha das nossas profissões.
O verdadeiro professor, aquele que escolheu a profissão por vocação, consegue captar naturalmente a atenção dos alunos, inserindo-os no admirável mundo novo, das letras, dos números, da literatura.
Infelizmente, por culpa exclusiva de nossas autoridades, a sagrada profissão de ensinar foi vilipendiada, jogada para um plano inferior, desestimulando o ingresso na carreira de jovens idealistas.
Principalmente no ensino básico, a escolha da carreira ficou sendo um tipo de muleta para aqueles que não conseguiram seguir suas escolhas preferenciais, contribuindo para baixar o nível, a qualidade e o interesse de ambas as partes, mestre e aluno, gerando milhões de analfabetos funcionais.
Nós, os mais velhos, voltamos nossos olhos saudosos para os tempos em que a professora do primário era uma pessoa importante na escola e na sociedade, sendo valorizada como tal.
Eram mulheres cultas, felizes, recebendo salário digno e repassando conhecimento a seus alunos com uma naturalidade invejável. 
Impossível não vir a lembrança a imagem de Dona Helena Rodrigues Alves, minha professora do primeiro ano primário, neta do ex-presidente da republica, pessoa admirável, que amava e acompanhava o desenvolvimento e sucesso dos alunos.
Tive a felicidade de encontrá-la, anos depois de formado.
Outro mestre sempre lembrado, meu professor de português no ginásio e científico, Sr. Benedito Antonio Cotrim, homem culto e agradável, que conseguia durante duas aulas consecutivas, manter a classe atenta, absorvendo  ansiosamente os segredos e a poesia da nossa língua.
Foi o grande incentivador de nossas redações, apresentando-nos temas subjetivos que forçavam o uso da imaginação e do intangível.
Pena que nossos filhos e netos não possam encontrar pessoas desse quilate, que tinham no sangue, o sagrado prazer de ensinar, de abrir as portas do conhecimento e do saber para mentes virgens e sequiosas.
Agora em tempo de campanha política, muito se fala em revalorizar os mestres, investir mais no ensino, palavras vãs, que se perdem no tempo e no vento após a contagem das urnas.
Continuo agradecido as chances que tive e aos mestres que deixaram suas marcas em meu intelecto, credores de minha eterna gratidão.

José Roberto- 15/10/14




3 comentários:

  1. O que esperar de um país onde um mero técnico de futebol é "glorificado' como professor fulano de tal?

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  2. Muito bonito, José Roberto. E agradeco, já que também sou professora. Agora, ensinando aos alemaes, mas dá no mesmo. Beijos Alice

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  3. Muito bonito, José Roberto. E agradeco, já que também sou professora. Agora, ensinando para os alemaes, mas dá tudo no mesmo. Beijos

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