terça-feira, 30 de julho de 2013

FLAGRANTES DA VIDA REAL

FLAGRANTES DA VIDA REAL

A novela Avenida Brasil estava no auge.
Mais ou menos 10,30 horas de manhã, atravessava a Rua da Assembléia próximo ao Lidador, quando vi aproximando devagarzinho um carrão importado, desses que parecem uma lancha, ou melhor, uma iate de luxo.
O potente, vidros escuros, vinha silencioso e parou bem na minha frente.
Eis que uma das portas se abre e languidamente apeia um monumento.
Parei extasiado no meio da rua, petrificado diante daquela cena maravilhosa.
Imobilizado, não conseguia desviar os olhos daqueles joelhos primorosos, daquele meio palmo de coxas estonteantes que o curto vestido teimava em cobrir, sem sucesso.
Fora do carro, a Deusa aprumou-se, ajeitou o vestido, balançou os cabelos, queixo erguido começou a deslizar suavemente pela calçada.
Deve ter notado meu olhar bestificado, um velho babão admirando uma obra de arte, pois sorriu levemente.
Na mesma hora me lembrei da atriz “gostosésima” que namorava o pai do Tufão, aquela que aparecia com um fundo musical muito oportuno: “ai, ai, ai. Assim você mata o papai”.
Pois essa era do tipo que matava o pai, o filho e o avô.
Ainda parado, contemplava a cena estonteante, aquela coisa maravilhosa se afastando lentamente, cadeiras bamboleantes, marchando firme como uma “cavala” da mais pura linhagem.
Não fui atropelado porque tudo parou naqueles poucos instantes, como a cena de um filme congelada na tela.
Nem notei que o carrão se aproximou e lentamente o vidro ao lado do motorista foi baixado.
O motorista chamou minha atenção: “Ei, porque está olhando para minha mulher”?
Olhei para o tipo, um baixinho meio calvo, cuja cabeça mal alcançava o meio da janela e retruquei: “Tá falando comigo?”
O baixinho impertinente insistiu: “Porque está olhando para minha mulher”?
Não conseguindo esconder um sorriso, respondi: “Sua mulher? Parabéns. Você tem um ótimo gosto”.
O sujeitinho simplesmente baixou novamente o vidro e seguiu de mansinho, acompanhando os passos da beldade, que com um salto imenso, flutuava nas calçadas esburacadas.
Triste sina desse pequeno sortudo, que deve ter suas razões para não baixar a guarda, acompanhando seu pitéu na maciota.
Não notei, mas com certeza o carrão deve ter teto solar, para dar vazão a galharada.
Impossível manter um “banquete” daqueles para exclusivo deleite.
Me pergunto, se amancebar com uma cavala desse naipe é sorte ou azar?

José Roberto- 30/07/13




4 comentários:

  1. Antes mesmo de existir Maria Chuteira já existia há muito tempo Maria $$$$$$$$$$$$. Agora elas estão aparecendo como nunca, junto aos políticos e corruptos que apareceram de montão. Até o Olacir de Moraes, que já foi o Rei da Soja, montou seu harém. É de só ter GRANA para gastar que elas aparecem aos montes, principalmente aí no Rio De Janeiro e São Paulo. Onde circula grana tem mulher bacana...

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  2. Muito boa sua crônica de hoje.
    Leve, despretenciosa, mostrando aspéctos da vida como ela é.
    Gostei Muito.

    Maria Clara

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  3. Ah! Esse seu post está um verdadeiro estudo antropológico hoje! Como é divertido constatar que muitos homens, com péssimos atributos físicos e fora da idade de "paudurescência", continuam a acreditar que essa categoria de mulher realmente demonstra algum interesse neles além do financeiro. Essas aí realmente dominam o conceito de "custo de oportunidade". Uó!

    Dulce Veiga

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  4. Que tristeza a velhice, no meu tempo tarados assim davam santinhos na porta de colégios, Tente Zé!!!!

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