segunda-feira, 15 de julho de 2013

FESTA DE ARROMBA

FESTA DE ARROMBA

Meu velho amigo Renato deu a largada para os “setenta” em grande estilo.
Recebeu no antigo mosteiro do Carmo(Pelourinho), regiamente decorado, parentes queridos, companheiros de duras jornadas pelos canteiros de obra do mundo afora e outros, que como eu, entraram para o rol de suas relações por um descuido qualquer.
Nos conhecemos há uns vinte e cinco anos, nas quadras de tênis do nosso prédio(Rio).
Ele sempre comedido, calmo, apaziguador, sereno, ao contrário de seu algoz e carrasco nas quadras, falante, agitado, pavio curto.
Talvez tenham sido essas diferenças que nos aproximaram, pois tirante nossas disputas “tenísticas”, acredito que nos tornamos bons amigos.
“O Velho”, assim chamado com carinho, jamais negou o ombro as minhas lamúrias, oferecendo apoio incondicional às minhas dificuldades.
Devo muito a esse “Velho”.
Portanto, nesse 13 de julho lá estávamos nós, para estreitar num abraço apertado, o velho amigo que vislumbrou nessa data, a oportunidade de juntar aqueles que lhe são caros.
Renato continua incansável, trabalhando a todo vapor, recusando-se a pendurar as chuteiras.
Revigorado por um novo amor, da bela e simpática Kátia que tivemos o prazer de conhecer, Renato continua sendo o “Carreirinha”, apenas desviando suas passadas, deixando de lado o tênis e  “dedicando-se demais ao amor”.
Renato estava radiante, remoçado, garantindo a sina de longevidade de sua família, turbinado com a graça e simpatia de sua nova companheira,
Revi também amigos queridos que andavam sumidos,
Oto, o Leão do Norte, cabra macho de Exu, o pequeno grande homem que depois de deixar de tingir os cabelos de acaju, assumindo o branco natural, abandonou nossa quadra, talvez cansado de tanto apanhar(dez em estilo, zero em eficiência).
Com grande e feliz surpresa, reencontrei Heleno, outro pernambucano porreta, que não via há quase vinte anos.
Heleno é o sósia de Oto. “Cara de um focinho do outro”.
Difícil topar com duas pessoas tão parecidas que não sejam irmãos, ou gêmeos.
Como fofoqueiro mor, ainda vou pesquisar melhor esse assunto.
Heleno era conhecido como a “conhotinha de ouro do Sonata”. Gabava-se de jamais ter levado um “pneu” numa partida de simples.
Eu não tenho essa certeza toda, pois recordo de ter-lhe aplicado inúmeras surras.
Oto começou a freqüentar nossa quadra, logo depois que Heleno voltou para Recife.
Nunca tivemos oportunidade de jogar juntos.
Alem de serem muito parecidos, esses dois pernambucanos são amigos desde a juventude, estudando juntos e morando nas proximidades, provando que o mundo é pequeno e que coincidências existem.
Foi um alegria impar, estar ao lado de pessoas tão queridas.
Do Rio, eu, Luiz(Bicão), Paulinho(Explicadinho) e o Frank(jóiais), obviamente acompanhados das respectivas, todas nos trinques e nos controles, evitando excessos na comida e principalmente nos drinques.
Por sinal, o regabofe estava um desbunde.
Bebidas e comidas da melhor qualidade, que me forçaram a exercitar o pecado capital da gula.
Normalmente já tenho olho grande, não resistindo a tantos acepipes maravilhosos. Exorbitei.
Foi mesmo uma festa de arromba, só que ao invés da turma da “Jovem Guarda”, outro pano de fundo, uma festa sóbria, com respeitosos senhores de meia idade(bota meia idade nisso).
Com imenso, prazer reencontramos velhos e queridos amigos, alem de topar com um Renato firme e rijo, encolhendo a pequena barriga, mas com uma luz diferente nos olhos, irradiando paz e felicidade.
Parabéns meu velho amigo.
Vamos nos preparar para o oitenta, noventa e quem sabe, o centenário.
Que Deus o proteja, pavimentando seu caminho, tornando sua jornada mais prazerosa e suave.

José Roberto- 15/07/13












3 comentários:

  1. Os verdadeiros amigos devem ser festejados e paparicados.
    Parabens pelo singelo texto.

    Pedro Paulo

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  2. Caro Zé Roberto

    Realmente a Festa foi muito bonita e tudo mais.
    O que não concordo é quanto à minha eficiência no tênis pois já lhe dei muito trabalho e até concordo que somos o oposto quanto ao binômio "Estilo x Eficiência".
    Se tivéssemos anotado todas as nossas partidas, talvez você leve uma pequena vantagem.
    Abraço.
    Otto.

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