sexta-feira, 24 de maio de 2013

LOBÃO E A COMISSÃO DA INVERDADE

LOBÃO E A COMISSÃO DA INVERDADE

Ganhei de presente da minha caçula, o livro do Lobão, “Manifesto do Nada na Terra do Nunca, sobre o qual mesmo sem ler, já havia tecido alguns comentários, dado o rebuliço que causou desde seu lançamento.
Devorei rapidamente o livro que estava lendo, um policial do ótimo escritor dinamarquês , Jô Nesbo, para me debruçar sobre as “mal traçadas linhas” do encardido Lobão.
Sentado no trono, local de grandes reflexões enquanto me espremo(sempre me lembro da frase que li num banheiro do aeroporto, “aqui, os fortes gemem”), entre ontem e hoje passei da metade, inclusive do capítulo em que aborda com muito propósito e lucidez, a criação e atuação dessa malfadada “Comissão da Verdade”.
Lobão critica de forma contundente Dona Dilma, pela infeliz idéia de prestigiar e autorizar o funcionamento dessa Comissão, caracterizada pelo espírito revanchista, pois somente analisará um dos lados da moeda, tentando reescrever a história sob o ranço vermelho petista.
Deixa claro, que esses que estão por aí mamando no governo e desfrutando do poder, que pertenceram a grupos armados tentando derrubar ou enfraquecer os militares, não estavam a fim de implantar uma democracia, mas sim um socialismo utópico violento, nos moldes de Cuba e outros paises da antiga Cortina de Ferro.
O fato desses comunistas pegarem em armas, forçou o endurecimento do regime, que obviamente extrapolou no uso da força para conter os rebeldes, levando de roldão inocentes e desafetos.
Reforça a tese obvia, de que os revoltosos também cometeram muitos crimes, matando inocentes, assaltando bancos, raptando autoridades estrangeiras, fuzilando companheiros que queriam pedir “arrego”, enfim, cometendo um elenco respeitável de atrocidades, das quais foram isentados de culpa, graças a Lei de Anistia.
O absurdo, é que essa Comissão cretina tenta novamente rever a Lei da Anistia, apenas do ângulo que lhes é favorável, tentando abrir uma janela possibilitando punir torturadores e autoridades, que os caçaram como subversivos durante os anos de chumbo(na linguagem desses vermelhos oportunistas, pois para mim, foram anos produtivos).  
Ainda bem que o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, um dos poucos lúcidos desse governo de tantos e tantos ministérios, colocou uma pá de cal nessa proposta imbecil, inoportuna e intempestiva.
Se esses vagabundos da Comissão querem provocar os militares e outras pessoas de bem, que apoiaram a derrubada do inerte Jango, que o façam de peito aberto e não escudados por estranhos poderes de uma comissão fajuta, sem amparo legal ou moral, com script pronto, baseado na raiva e na vingança.
Lobão questiona também de forma incisiva a posição de Dona Dilma, que alega ter pertencido a um grupo subversivo que matou e roubou, não esclarecendo sua efetiva atuação nesses eventos, dando a entender, que apenas ficou na retaguarda.
Acredito mesmo que a Presidente não foi grande coisa como revoltosa subversiva, nem mesmo quando afirma ter sido torturada.
Quando muito, deve ter levado uns tabefes, pois pelo que sabemos, jamais apresentou qualquer sintoma, traumas ou evidencias físicas, comuns naqueles que realmente enfrentaram o “pau de arara”, choques e outras “carícias”, distribuídas com fartura nos porões do DOI/CODI.
Nunca dei a mínima para Lobão como músico ou compositor, mas lendo seu livro, com uma linguagem franca, as vezes ferina, sem meias palavras, dizendo o que sente e pensa, confesso que passei a me identificar com o velho roqueiro.
Com bastante atraso, até vou tomar coragem para escutar algumas de suas composições.

José Roberto- 14/05/13



Um comentário:

  1. Também li num banheiro:
    Neste momento solene
    Onde a vaidade se acaba,
    Todo covarde faz força,
    Todo valente se caga!
    Luizinho.

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