quarta-feira, 22 de maio de 2013

CARTA DE ALFORRIA OU PRESENTE DE GREGOS?


CARTA DE ALFORRIA OU PRESENTE DE GREGOS?

No início de abril, quando o Congresso aprovou por unanimidade a PEC 478/10, emocionada(fingida), a deputada federal Benedita da Silva, vertendo lágrimas de crocodilo, pousou para fotos, brandindo em mãos, a “carta de alforria das empregadas domésticas”.
Essa Benedita é mesmo uma figura impar.
Deixou a favela, juntou-se ao PT e deu-se bem na vida.
Foi pega algumas vezes no contra-pé, nada porem que atrapalhasse sua carreira política, calcada no mote de ex-favelada.
Conseguiu diplomas falsos para os filhos, tentando justificar suas contratações para cargos públicos sem necessidade de concurso; queimou verbas publicas participando de eventos religiosos na Argentina. Foi escorraçada da Secretaria Especial de Assistência e Promoção Social, após ser flagrada nessas escorregadelas.
Essas afirmações da fingida e de outros corruptos, que as domésticas brasileiras eram verdadeiras escravas, demonstram a forma canhestra de nossos políticos oportunistas distorcerem os fatos e a realidade.
Ao contrário de uma empresa, onde existem normas, regulamentos e controle da produtividade, num relacionamento impessoal, cuja meta principal é o lucro, numa residência, a situação é totalmente diferente.
A relação patrão/empregado é mais afetiva, pois ambos convivem em proximidade, fazendo suas refeições e até dormindo sob o mesmo teto.
Até então, não existia controle de ponto ou assiduidade, sendo as faltas toleradas após as justificativas verbais apresentadas.
Tudo mudou após a aprovação da PEC.
As relações ficaram mais tensas no aguardo da famigerada regulamentação.
Todas as vezes que a mídia destaca informações sobre o caso, ficamos atentos, aguardando o pior.
Ontem, representantes do governo apresentaram suas sugestões para a Comissão do Congresso encarregada de disciplinar o assunto.
Somente más noticias para a classe média “escravagista”.
Por mais que minha mulher reclame, providências drásticas terão que ser tomadas.
Uma pena, pois como não somos tão cruéis, nossas empregadas são antigas, permanecendo livremente no posto, sem constrangimentos ou tentativas de evasão.
A carta de alforria será a assinatura de demissão, em suas carteiras de trabalho.

José Roberto- 22/05/13


2 comentários:

  1. Também acho que estão decretando o começo do fim das domésticas.
    Quem trabalha honestamente não mais poderá se dar a esse luxo.
    Vamos ter que encostar o umbigo no cozinha.

    ResponderExcluir
  2. A minha mãe no último ano de vida, com Alzheimer, necessitou de duas cuidadoras de idosos, que são contratas como domésticas, no entanto com salários maiores, no meu caso a "chefe" estava ganhando R$ 1400,00 e a auxiliar R$900,00, contratadas com todos os conformes de plantão de 12 horas, horas extras, alimentação na casa da minha mãe, transporte, sexta-básica e outras coisas que dávamos por fora. No final, Chegamos a contratar mais uma para servir de empregada para as duas.Bem, com o falecimento, não deu outra , passados dois meses e meio, fomos "premiados" com duas ações na justiça trabalhista, onde cada uma delas solicitavam indenizações de R$25000,00. Em resumo, tivemos de gastar com advogado para vencermos as ações, fora nossa despesas de viagens à juiz de Fora, pois exceto uma irmã, as minhas outras duas irmãs, como eu, também moram em São Paulo, Rio de Janeiro e Ipatinga. Deu uma trabalheira para montar as defesas com o Advogado e ganhamos a questão e elas receberam somente R$1000,00, divididos em duas parcelas para cada uma. Mais a dor de cabeça foi enorme, apesar de elas terem tratado muito bem nossa mãe, depois da morte , não tiveram mais nenhum respeito. Dá para imaginar o que passamos? Imagino como ficarão os tribunais daqui para frente, isto se a classe média puder pagar as empregadas e os cuidadores de idosos.
    Vanderlei

    ResponderExcluir