sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O PRIMEIRO DIA


O PRIMEIRO DIA



Quando leio agora pela manhã,  Ilmar Franco, afirmando em sua coluna no O Globo, que “Lula, como se sabe, é uma reserva moral do governo Dilma”, fico embasbacado, na dúvida, se o jornalista está de gozação ou falando mesmo sério.

Pelo que tenho acompanhado em seus escritos, tenho quase absoluta certeza, que Ilmar está apenas citando um dos celebres bordões petistas, pois o Batráquio, pode até ser reserva do time de futebol dos puxa-sacos, no qual jogava suas peladas na Granja do Torto, mas “reserva moral”, eh, eh, eh, boa piada.

Dona Dilma ordenou a seus subalternos, que não discutam problemas relativos ao julgamento do Mensalão, mas mesmo temendo a ira da Chefona, a curriola cochicha pelos cantos. Alguns torcendo pela absolvição do perigoso José Dirceu, mas a maioria torcendo para que se ferre, temendo sua volta por cima.

No primeiro dia, já deu para sentir quem é quem, quais os vendilhões do templo sagrado da nossa justiça.

O ministro Lewandowiski realmente nem tentou disfarçar, vestindo a toga petista já demonstrou claramente seu voto e sua posição, tentando transferir o julgamento para instâncias inferiores, jogando-o para as calendas, o que acarretaria a prescrição de todos os crimes pelos quais a quadrilha mensaleira está sendo julgada.

Triste é ver a cara de noviço constrito, o ex-ministro da Justiça, Marcio Thomas Bastos, subindo a tribuna para reavivar questão já definida, tentando desmembrar o processo, para ganhar tempo e evitar a condenação de seus clientes.

Bastos, apesar de rico não tem falsos pudores, desde que bem remunerado, defende bicheiros e banqueiros, não fazendo distinção de classes.

O que conta, para sua milionária banca de advogados, é o “l’argent”.

Dias Toffoli, com as barbas de molho depois dos ácidos comentários de alguns ministros e ex-ministros do Tribunal, sobre sua dúbia postura ao não se declarar impedido, ficou na moita. Votou até com a maioria, tentando demonstrar que não está contaminado pelo vírus petista. Mas essa de bonzinho não cola. Estamos de olho.

Raçudo mesmo foi nosso grande Joaquim Barbosa, que em discurso inflamado peitou Lewandowiski , alinhavando com esmero os inúmeros crimes  e atos espúrios cometidos pela quadrilha de mensaleiros.

Defendeu com ardor, aquilo que todos os brasileiros honestos desejam; ver essa cambada de malfeitores excluída da política e atrás das grades.

Chegou a lembrar o famoso Rui Barbosa, cujos sobrenomes até são iguais, o que talvez não seja mera coincidência, mas sim, desígnios do alem.

O ministro Joaquim Barbosa é o nosso Pelé, tentando fazer com que a justiça finalmente prevaleça sobre os ímpios.



José Roberto- 03/08/12


4 comentários:

  1. Ao menos no primeiro dia, graças a disposição e coragem do Ministro Joaquim Barbosa, largamos na frente.
    Mas muita água ainda vai rolar, é necessário que os demais componentes do STF mostrem ao Brasil e ao mundo, que finalmente, gatunos importantes não escaparão impunes.

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  2. Começou mal! Uma perda de tempo enorme, cada ministro querendo falar mais que o outro, tentando justificar o seu voto, numa decisão que já estava decidida anteriormente. O Toffoli, se ficar, na hora certa votará também certo, com os mensaleiros. Alguém tem dúvida? Se votar contra será condená-los de forma que não haverá condenação. São as condenações que no Brasil são verdadeiros prêmios. Alguém também acredita que os mensaleiros irão para cadeia? Irão devolver o dinheiro arrecadado e nos bolsos de alguns? Só mesmo acreditando em Papai Noel.

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  3. Eu ainda acredito em papai Noel, e espero que pelo menos algum tempo de cana essa cambada tenha que curtir.
    Temos ter um pouco de fé, e acreditar que nem tudo está perdido nesso nosso pobre país.

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