quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

JUIZ LADRÃO

JUIZ LADRÃO

Engraçado, como as vezes temos um espécie de intuição, que
nos faz ficar desconfiados de pessoas que posam com arautos da moral, da
retidão e dos bons costumes.
Sempre que via o desembargador Roberto Wider dando
entrevistas na TV(o cabra adorava aparecer), com cara de rico, pose de rico, ar
de rico, provavelmente com conta bancária de rico, pensava cá com meus botões:
“tem gato na tuba”.
Dr. Roberto Wider(Nagi Nahas carioca), ocupava o
importantíssimo cargo de Corregedor do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro,
justamente aquele que deveria zelar pela integridade dos juizes do estado,
afastando e punindo os que apresentassem desvios de conduta.
Talvez, pelos custos elevados para manter a pose de
milionário, os comparsas do eminente magistrado passaram a cobrar mais caro,
pela venda de proteção e de sentenças, desagradando interessados e
interesseiros.
O braço direito e esquerdo do corregedor era o lobista
Eduardo Raschkovsky, dono de um pequeno escritório, que cobrava e arrecadava as
propinas, chantageando cartórios que não contratassem seus serviços de
consultoria, coordenando um verdadeiro balcão de negócios, cujo principal
produto era a venda de sentenças judiciais.
O dono de um cartório que se negou a contratar o lobista,
sofrendo correições seguidas a mando do desembargador Wider, resolveu botar a
boca no trombone, denunciando a dupla aos jornais.
A posteriori, constatou-se que o “ilibado corregedor”,
nomeou sem concurso, dois empregados da firma do lobista, como oficiais de
cartórios, distribuindo favores e aumentando sua arrecadação.
O CNJ entrou em campo e não deu vexame como nossa esquálida
seleção.
Escarafunchou a fundo as tramóias do magistrado, afastando-o
de suas funções e finalmente aplicando-lhe a punição máxima prevista para
juizes ladrões: aposentadoria compulsória com vencimentos.
Não que o Dr. Wider estivesse precisando de uns vinte e
poucos mil por mês pelo resto da vida, pois já com as generosas vendas de
sentenças e outras miçangas, deveria ter assegurado um futuro tranqüilo para
si, família e comparsas.
Porem, sabem com é, uma graninha a mais não faz mal a
ninguém!
Não é atoa que as entidades classistas dos juizes queriam
impedir a atuação do CNJ, pois se não fosse pelo Conselho, o Dr. Wider, responsável pela conduta ética dos juizes do
estado do Rio de Janeiro, estaria por aí faturando alto, e sem duvida
aparecendo e dando declarações na TV, com pose de rico.
Os juizes são realmente uma categoria especial, uma casta
superior, ou como já disse o Batráquio Lula sobre o marimbondo Sarney, “não são
pessoas comuns”, pois se o fossem, os
desonestos, ao invés de curtir férias remuneradas, deveriam ver o “sol nascer
quadrado”, por longos e longos anos.

José Roberto- 15/02/12

3 comentários:

  1. Ser juz ladrão é moleza, pois a pena máxima na realidade é o prêmio máximo.
    Precisamos acabar com essa falta de vergonha, botando na cadeia os juízes desonestos.

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  2. Resumo da ópera brasileira: " As leis no Brasil são delineadas para atender as três castas, superiores as existentes na índia, o Executivo, o Judiciário e o legislativo, de modo nada atingir verdadeiramente esses três poderes".

    Vanderlei

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  3. Ainda bem que a maioria do STF votou a favor do CNJ, senão os juizes ficariam ainda mais livres, leves e soltos, para vender sentenças a vontade.
    Os preços sem dúvida, agora irão subir.

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