quinta-feira, 25 de junho de 2009

EMBROMAÇÃO ADMINISTRATIVA

EMBROMAÇÃO ADMINISTRATIVA

Há alguns minutos atrás, enquanto dirigia para o escritório, pensava sobre o assunto que abordaria hoje em meu blog.
Julguei de bom alvitre(essa Nosso Guia vai pedir tradução e utilizar na sua coluna semanal) dar uma folga para os escândalos do Senado, pois a cada dia são descobertas novas mutretas e o tema vai ficando cada vez mais amplo.
Por acaso me lembrei de algumas palavras que odeio, utilizadas alternativamente em vários períodos da minha vida profissional(não por mim), modismos imbecis, a maioria copiados dos “Esteites”.
Pouco antes de me transferir para o Rio, quando ainda trabalhava na antiga CESP, devido a mudança do governo e da diretoria, pintou um sujeito que adorava a palavra “cenário”.
Era um cara prolixo, viciado a falar em público, que havia assumido a gerência do recém criado Departamento de Novos Mercados.
Não me lembro de onde veio o tipo, mas com certeza não era oriundo do setor elétrico.
Adorava uma reunião, organizar grupos de trabalho, mas como não havia muito a fazer aproveitava para falar adoidado.
Começava sempre analisando o “cenário” atual e fazendo previsões com mais um ou dois “cenários” diferentes. Essa palavra cabia em todas as situações, por mais implausíveis que fossem.
Abordava temas do setor sobre os quais não tinha o menor conhecimento, com um ar doutoral de fazer inveja. E tome cenário, para cá e para lá.
Se não me engano, o sobrenome do tipo era Lemza. O nome, graças a Deus esqueci definitivamente.
Talvez tenha sido o principal motivo de minha transferência para o Rio, pois agüentar a “punhetação” do cara, era dose.
Indiretamente me prestou um grande favor, pois tive bons “auspícios” em terras cariocas.
Mas aquela palavra, continuo odiando.
Aqui na Eletrobrás, a moda era “Folow Up”, alem do velho “Feed back” já bastante disseminado.
A novidade mesmo era o Folow Up, FU para os íntimos.
A mania, ou melhor, frescura, era usar expressões americanas para situações que poderiam ser expressas de maneira clara e correta em nossa língua.
A porra do FU, nada mais é que deixar em pendência.
A moda era despachar um processo observando: FU para dia tal.
A palavra ficou tão comum, que até boy, faxineiro e o pessoal do cafezinho a utilizava em suas conversas.
Bem mais recente apareceu a maldita “REENGENHARIA”, que fez a festa dos consultores e escritórios de assessoria. E logicamente dos diretores que contratavam esses embromadores, mediante gordas comissões por fora, para fazerem e discutirem o óbvio.
Na grande maioria das vezes, apenas fingiam que faziam.
Entrevistavam todos os funcionários, geravam espectativas e ansiedades, saiam com os bolsos cheios de grana e tudo ficava como dantes. Algumas vezes até pior.
Essa expressão ainda não caiu totalmente em desuso. Acidentalmente tropeçamos nela, cuspida pela boca de um demagogo qualquer.
É lógico que existem muitas outras palavras que me causam alergia e uma reação, principalmente a vontade louca de dar um cascudo na cabeça do pronunciante.
Mas o resto, fica para uma outra oportunidade.

José Roberto- 25/06/09

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